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Webinário denuncia fechamento da maternidade do HSPM e alerta para avanço da privatização na saúde pública

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30/07/2025 | Notícia Simesp

Webinário denuncia fechamento da maternidade do HSPM e alerta para avanço da privatização na saúde pública

O webinário HSPM e os ataques aos direitos reprodutivos na cidade de São Paulo, realizado na noite de terça-feira, 29 de julho, pelo Sindsep-SP, reuniu trabalhadoras da saúde, dirigentes sindicais e especialistas para denunciar o fechamento do centro obstétrico, maternidade, berçário e UTI neonatal do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM). O encontro também alertou para os riscos da entrega de serviços públicos essenciais à iniciativa privada, sem diálogo com a população ou com os profissionais da saúde.

As servidoras que buscam atendimento nos setores fechados já começaram a ser transferidas para o Hospital Saint Patrick, contratado por meio de pregão para assumir a assistência às gestantes. A escolha da unidade terceirizada tem gerado grande preocupação entre trabalhadoras e usuários: o hospital é extremamente mal avaliado no site Reclame Aqui, com diversos relatos de atendimento precário. Uma servidora grávida transferida para o local denunciou que não havia sequer ultrassonografia disponível para avaliação de pacientes em situação de risco.

Flávia Anunciação, secretária da pasta de Saúde dos Trabalhadores do Sindsep-SP e funcionária do HSPM, questionou a extinção de um serviço de excelência para dar lugar a um contrato privado.

“Ficamos chocadas com a decisão porque as áreas fechadas prestavam um serviço de excelência, com profissionais altamente qualificados. É inaceitável que, sob a justificativa de abrir espaço para cirurgias eletivas, a prefeitura opte por extinguir esse atendimento no hospital e contratar um serviço externo, que não garante as condições adequadas e humanizadas às nossas gestantes”, afirmou.

A diretora do Simesp, Juliana Salles, que participou do webinário, lembrou ainda que, mesmo diante de alertas e protestos contra o fechamento da maternidade, o processo foi conduzido sem qualquer diálogo com servidoras e usuários. “Foi com muito esforço, e só com a provocação do Ministério Público, que conseguimos ser recebidos pela direção do hospital e pela Secretaria Municipal da Saúde. Mesmo assim, não houve nenhuma proposta de reversão da medida.”

Em maio, durante um ato contra o fechamento do pronto-socorro do hospital, já circulavam rumores sobre a desativação da maternidade. No entanto, nem trabalhadores nem usuárias do HSPM receberam informações claras ou foram incluídos em qualquer processo de negociação.

O HSPM, referência no atendimento aos servidores e servidoras da cidade de São Paulo, vem passando por um processo contínuo de terceirização de setores, agravado durante a pandemia de COVID-19. A entrega da maternidade a um hospital privado aprofunda esse cenário e evidencia, mais uma vez, a ausência de compromisso da prefeitura com a saúde pública de qualidade.

Neste sentido, Juliana reforçou que o desmonte do HSPM faz parte de uma política de privatização do Sistema Único de Saúde (SUS) na capital.

“Estamos diante de um hospital com estrutura montada, profissionais especializados e capacidade para atender não só às servidoras, mas também à população em geral, diante do déficit de leitos obstétricos e neonatais em São Paulo. Em vez de fortalecer esse serviço público, a prefeitura opta por fechá-lo e entregar seu funcionamento a um modelo privado que não atende às necessidades da população. Isso é mais um capítulo do avanço da precarização do SUS”, afirmou.

Para a diretora do Simesp, o processo de terceirização não pode ser naturalizado: “Se hoje é a maternidade, amanhã será outro setor. Estamos vendo nossos recursos públicos sendo drenados para contratos privados sem transparência nem compromisso com a qualidade da assistência. É preciso interromper esse modelo que trata a saúde como mercadoria, e não como um direito.”

No dia 31 de julho, haverá ato unificado em defesa da maternidade do HSPM. Participe! 

📢 SERVIÇO
 Ato “Mulheres em defesa da maternidade do HSPM”
🗓️ Quarta-feira, 31 de julho
🕙 Às 10h
📍 Em frente ao Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM)
✊🏾 Em defesa da saúde pública, dos direitos das servidoras e contra a privatização do SUS!