Dirigentes do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) visitaram, no dia 31 de março, unidades na zona sul de São Paulo para tirar dúvidas dos trabalhadores da saúde e conhecer suas demandas.
Na AMA Vila Prel, os profissionais relataram o aumento da demanda de pediatria nas últimas semanas e a falta de medicações básicas e insumos para a realização de atendimentos, como anti-inflamatórios e equipos para soro. A ausência de insumos nas unidades da capital paulista é um problema grave e recorrente em todas as regiões da cidade e já foi alvo de denúncias do Simesp ao Ministério Público da Saúde (MPS).
Já na UBS Campo Limpo, os trabalhadores informaram que após as mobilizações na Atenção Primária à Saúde (APS), os plantões aos sábados passaram a ser opcionais e com pagamento de horas extras aos que comparecerem. Além disso, eles passaram a contar com um plantonista a mais para o atendimento de Sintomáticos Respiratórios (SR) da unidade, o que permitia um retorno dos agendamentos de consultas para o cuidado continuado da população. Porém, há duas semanas, os plantonistas não são mais enviados para a UBS, e a demanda de SR, em torno de 25 a 30 pacientes por dia, voltou a ser atendida pelo médico da unidade, que divide o horário entre atendimentos de pacientes com e sem suspeita de Covid-19. Essa duplicidade aumenta a sobrecarga dos profissionais e a possibilidade de contaminação cruzada deles próprios e de seus pacientes, pois necessitam se paramentar e desparamentar diversas vezes ao dia.
O Simesp segue com visitas às unidades da APS para denunciar e buscar a resolução da realidade de precarização do SUS no município de São Paulo.