Após pressão popular, a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) contratará profissionais temporários para o Hospital Universitário (HU). Segundo a reitoria os contratos possibilitarão a abertura de cerca de 50 novos leitos. A proposta foi apresentada em reunião no Ministério Público de São Paulo (MP-SP) na última sexta-feira, dia 30 de agosto. O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e coletivos da região do Butantã estiveram presentes em busca de alternativas ao desmonte do HU. As contratações emergenciais sinalizadas pela instituição não solucionam em definitivo os problemas do hospital, ou garantem o não fechamentos dos novos leitos ao término dos contratos, que terão duração máxima de um ano.
A reunião aconteceu um dia após um ato realizado por moradores, em frente ao Instituto Butantã, pela contratação de novos funcionários. Desde junho, a universidade já recebeu pelo menos R$ 10 milhões do total de R$ 40 milhões liberados via emenda parlamentar junto à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) em 2019. Do dinheiro auferido, R$ 6,5 milhões seriam para custeio do HU, enquanto os outros R$ 3,5 milhões deveriam ser empregados em recursos humanos, o que ainda não aconteceu. O montante se soma aos R$ 48 milhões já liberados em 2018, também via emenda parlamentar.
Entenda o caso
Com o Plano de Demissão Voluntária (PDV), implementado pela reitoria da USP em 2014, 25% dos leitos de internação foram fechados após o desligamento de mais de 200 profissionais. Como resultado, das 25 mil internações anuais realizadas na região do Butantã até 2013, 16 mil ocorriam no HU, hoje, o número caiu para cerca de 3 mil. Além disso, o corpo clínico, que contava com 299 médicos no mesmo ano, hoje atua com 248, comprometendo alas como a unidade de terapia intensiva (UTI) que atualmente opera com 12 leitos, oito a menos que em 2013.