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Terceirização de parte do hospital coloca vidas em risco no Emílio Ribas, denunciam médicos

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27/11/2025 | Notícia Simesp

Terceirização de parte do hospital coloca vidas em risco no Emílio Ribas, denunciam médicos

Simesp apoia mobilização por um hospital público e 100% SUS com chamamento de profissionais que já foram aprovados em concurso público

O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) manifesta seu total apoio ao abaixo-assinado divulgado pela Associação dos Médicos do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (AMIIER) e pela Associação dos Médicos Residentes do Emílio Ribas (AMRIIER), que expõe os impactos da terceirização sobre o atendimento e o funcionamento de parte do hospital, a falta crônica de profissionais – mesmo com muitos já aprovados em concursos públicos esperando para assumir os seus postos – e uma uma reforma que já dura 11 anos sem entrega da capacidade prometida de 300 leitos. O Emílio Ribas é referência histórica no combate a epidemias como HIV, febre amarela, COVID-19, mpox e dengue.

A carta aberta denuncia um cenário alarmante: com bloqueio de leitos, falhas contratuais, rotatividade extrema das equipes terceirizadas e transferência de pacientes graves por falta de vagas em UTI — fatos incompatíveis com um hospital de alta complexidade. Segundo o documento, ao menos duas interrupções de funcionamento ocorreram ao longo de 2025 por falhas na continuidade dos contratos terceirizados. Em outubro, a situação chegou ao limite, quando pacientes que necessitavam de cuidados intensivos foram levados ao pronto-socorro, expondo riscos graves e evitáveis.

A terceirização foi imposta em março de 2024, durante a emergência de dengue, com a promessa de ser temporária e substituída por profissionais concursados, que aguardam convocação até hoje. 

O documento também destaca que a precarização tem raízes na instabilidade das equipes: seis supervisores de enfermagem foram trocados ao longo do contrato, inviabilizando a continuidade e a qualidade da assistência. 

As entidades reivindicam:

  • contratação imediata dos profissionais concursados;
  • substituição das equipes terceirizadas;
  • planejamento transparente para abertura dos leitos e conclusão das áreas reformadas.

“Reforçamos que o modelo de terceirização — adotado de forma indiscriminada pelo Governo do Estado precariza vínculos, desmonta equipes, compromete a formação médica e, sobretudo, coloca pacientes em risco. Um hospital como o Emílio Ribas só cumpre sua função social quando é público, estável e com equipes permanentes”, defende Augusto Ribeiro, presidente do Simesp. 

O sindicato seguirá atuando ao lado dos profissionais do Emílio Ribas e da categoria médica para barrar retrocessos, denunciar violações ao sistema Único de Saúde (SUS) e defender um modelo de gestão pública que garanta cuidado seguro, qualificado e contínuo à população.