Simesp denuncia o desmonte e exige mesa de negociação com participação de trabalhadores(as) e usuários(as) para discutir o futuro do hospital
A confirmação do fechamento da maternidade do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), comunicada oficialmente pela superintendência em resposta ao ofício entregue pelo Simesp no último dia 5 de maio, escancara o processo de sucateamento da unidade e aprofunda a crise no atendimento à saúde dos servidores da capital paulista.
A medida, anunciada mesmo após protestos organizados por trabalhadores da saúde, sindicatos e usuários do hospital, causou indignação entre os profissionais e reforça a urgência por diálogo transparente com a gestão.
“Apesar das solicitações de negociação, do esforço dos sindicatos para uma mesa em que se discutisse o futuro do atendimento aos servidores, do protesto dos trabalhadores sobre a importância do serviço, da excelência da maternidade e a necessidade de local adequado de atendimento às servidoras, a superintendência do HSPM anunciou o fechamento da obstetrícia na unidade”, declarou Juliana Salles, diretora da Secretaria Geral do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).
Flávia Anunciação, secretária das(os) Trabalhadoras(es) da Saúde do Sindsep, que esteve na segunda-feira (05/05), em ato em frente ao HSPM, com entidades representantes e servidores(as) de várias categorias do Serviço Público Municipal, ressaltou que se trata de mais uma decisão arbitrária da gestão Ricardo Nunes.
“O hospital está sendo entregue sem conversar com as entidades e os trabalhadores, sem a gente saber definitivamente para onde serão encaminhadas as servidoras gestantes. Sem conhecimento do que vai ser feito, qual o custo disso que obviamente sairá do orçamento do hospital. É uma atitude da cabeça da superintendente, sem transparência na qualidade dos gastos, sem negociação. Quem pode garantir que o fechamento da obstetrícia é o melhor para servidores e servidoras?”, questiona a dirigente.
Na mesma linha, a diretora do Simesp reforça que o clamor dos trabalhadores e da população que depende do serviço foi ignorado. “Conforme já deliberado pelos trabalhadores, exigimos uma mesa que trate sobre os destinos da unidade do HSPM e que tenha representação de trabalhadores e usuários, para que seja minimamente um reflexo da necessidade do servidor e da servidora”, completou.
O fechamento da maternidade, conforme já alertado pelo Simesp em outras ocasiões, representa mais um passo no desmonte do hospital. Desde a mobilização de abril, o sindicato vem denunciando o abandono progressivo da estrutura e a falta de investimento, que colocam em risco a qualidade do atendimento aos servidores municipais.
Para o Simesp, essa decisão da superintendência reforça a estratégia de esvaziamento da unidade e de retirada progressiva de serviços essenciais, prática já denunciada em outros momentos. “Não aceitaremos que decisões estruturais sobre o hospital sejam tomadas sem transparência, sem participação social e contra o interesse público”, conclui Juliana.
O Sindicato segue exigindo uma mesa de negociação permanente que inclua representantes dos trabalhadores e dos usuários, para discutir os rumos do HSPM de forma democrática e com responsabilidade social.
Ato em defesa do HSPM realizado segunda (5/5)