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Sociedade de Nefrologia discute crise no atendimento

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07/06/2011 | Notícia Simesp

Sociedade de Nefrologia discute crise no atendimento

Sociedade Brasileira de Nefrologia encaminhou, no início de maio, ao Ministério da Saúde, carta intitulada "Crise na Terapia Renal Substitutiva" (TRS), elaborada por mais de 100 médicos nefrologistas e profissionais multidisciplinares que atuam na área, durante o IX Congresso Mineiro de Nefrologia, que reuniu em Ouro Preto, Minas Gerais, especialistas de todo o país. O documento contém propostas para melhorar os procedimentos hemodialíticos e de diálise peritoneal oferecidos para pacientes crônicos e agudos, além de reivindicar o pagamento de honorários médicos. Segundo o presidente da SBN, Daniel Rinaldi, os procedimentos relativos à diálise fazem parte dos poucos atos médicos que não recebem pagamento de honorários. No dia 19 de maio, a diretoria da sociedade irá discutir as propostas na reunião da 2ª. Câmara Técnica sobre Nefrologia promovida pelo Ministério da Saúde, em Brasília.

"O objetivo é alertar os gestores de saúde sobre a precária situação em que se encontram os serviços de terapia renal substitutiva, que prestam atendimento ao SUS, e apresentar sugestões para garantir a continuidade do tratamento dentro de princípios éticos e humanitários", afirma Rinaldi. Entre as reivindicações estão: readequar os valores dos procedimentos hemodialíticos para pacientes crônicos, com diferenciação de remuneração para pacientes pediátricos, e os valores relativos aos acessos vasculares para hemodiálise; incluir os honorários médicos nos procedimentos hemodialíticos e de diálise peritoneal, tanto de crônicos quanto de agudos; e garantir ao paciente em diálise, por parte do gestor público, o acesso à internação hospitalar através do SUS e o acesso às medicações de alto custo.

Os especialistas alertam também para o sucateamento dos serviços em decorrência de dívidas crescentes com os fornecedores e das dificuldades enfrentadas para compra de insumos e novos equipamentos. "Os nefrologistas são constantemente pressionados pelos fornecedores que protestam seus títulos, não liberam materiais e insumos sem pronto pagamento e ameaçam com a suspensão do fornecimento de materiais para a continuidade de terapia dialítica domiciliar", revela Rinaldi. Assim, a sociedade solicita a liberação dos faturamentos referentes aos atendimentos realizados em datas pré-estabelecidas. A comunidade nefrológica conta com a sensibilidade dos gestores para continuar prestando um tratamento adequado dentro de princípios éticos e de forma digna.