Ofício (0642/2012) enviado pela superintendência do Iamspe à diretoria da Amiamspe causou perplexidade ao Sindicato dos Médicos de São Paulo, que protocolou ofício informando a posição em relação às possíveis medidas coercitivas impostas pelo Iamspe aos médicos da instituição.
O documento número 0642/2012 diz que “os médicos foram levados a participarem de uma greve sem que as condições legais, para tanto, fossem atendidas”. E completa: “Tal atitude da Amiamspe, com ciência e apoio da Secretaria de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Médicos, é ilegal, temerária e inconsequente.”
Segue abaixo o ofício enviado pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo à superintendência do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Estadual:
São Paulo, 20 de abril de 2012.
Senhor Superintendente,
Com perplexidade recebemos cópia de seu Ofício “S” IAMSPE nº 0642/2012, datado de 20 de abril de 2012 e encaminhado à diretoria da AMIAMSPE.
Maior perplexidade é certificar que essa Instituição, primor de preceitos democráticos, mesmo no período obscuro da ditadura, rompe os elementares princípios do Estado de Direito, ameaçando ruptura de diálogos, incompatível com os argumentos publicitários do governo que V.Sa. representa.
O Sindicato dos Médicos de São Paulo, por reconhecer a relevância especial reivindicatória dos médicos do IAMSPE, acolheu e aprovou o movimento de paralisação das atividades como anunciado, portanto, improcedem suas alegações de ilegalidade, temeridade e inconsequência do movimento reivindicatório, justo e amparado por sua legítima representação.
Eventuais medidas coercitivas ameaçadas por V.Sa. devem ser endereçadas ao SIMESP, que assume a representação legítima dos médicos dessa instituição, como de resto da sua base no Estado de São Paulo. Causa-nos estranheza também, o desconhecimento da estrutura administrativa do SIMESP, que é calcada em secretariado. A Dra. Maria das Graças Souto é Secretária de Assuntos Jurídicos do SIMESP e para aqueles que ignoram a estrutura gerencial de secretariado, informamos que deve ser acolhida como legítima diretora do SIMESP, eleita pela soberana vontade dos médicos do Estado de São Paulo.
Refutamos, com veemência, sua afirmativa de que todas as reivindicações foram atendidas, porquanto, os salários praticados por essa Instituição, como de resto do Governo do Estado de São Paulo, são parcos, vergonhosos e agridem a dignidade do médico paulista e os princípios fundamentais da cidadania expressos na Constituição Federal.
Como já demonstrado em diversas oportunidades, o SIMESP está aberto ao diálogo e espera que atitudes antidemocráticas e prepotentes de quem quer que seja não venham dificultá-lo ou impedi-lo.
Atenciosamente,
Cid Célio Jayme Carvalhaes
Presidente
Ilmo. Sr.
Dr. Latif Abrão Junior
MD. Superintendente do IAMSPE
Avenida Ibirapuera, 981
São Paulo / SP