O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) se juntou hoje, 7 de agosto, a médicos do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) para protestar contra a terceirização dos serviços de saúde do município. O ato ocorreu em frente ao hospital e seguiu as recomendações de distanciamento social.
Desde o início do ano, médicos servidores do HSPM têm lidado com a falta de transparência da Prefeitura de São Paulo quanto ao futuro da unidade. Segundo acompanhamento do Simesp e denúncias recebidas pela entidade, os médicos não têm ciência do que realmente está acontecendo neste e em outros hospitais municipais. “O pronto-socorro e o gripário inaugurado na unidade foram assumidos por médicos terceirizados pelas organizações sociais Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (Cejam) e Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas). O sindicato também tem a informação de que unidades inteiras de terapia intensiva também foram entregues a funcionários dessas OSs”, explica Juliana Salles, secretária geral do Simesp.
Além disso, segundo Juliana, já nos primeiros meses de 2020, médicos que trabalhavam no pronto-socorro no turno da noite foram pegos de surpresa com a transferência para o turno do dia com uma negociação conturbada e com alterações nas cargas horárias desses profissionais.
O Hospital do Campo Limpo passa pelo mesmo processo de terceirização. A OS Hospital Israelita Albert Einstein tenta assumir setores do hospital durante esta semana, mesmo ainda não havendo um contrato de gestão com o município. “É urgente que contenhamos essa onda de terceirizações e privatizações de equipamentos de saúde na cidade de São Paulo porque a entrega desses serviços para as organizações sociais não traz melhores indicadores de saúde nem melhoria de qualidade de assistência à população, ainda mais com os médicos sem os seus direitos não atendidos, já que são altamente ‘pejotizados’ nesse modelo de contratação”, finaliza Juliana.
As mudanças no HSPM e em outros hospitais municipais podem ser aprofundadas pela extinção da Autarquia Hospital Municipal (AHM) da gestão Bruno Covas, que aprofunda um projeto de privatizações por toda a cidade.