Mais de 100 organizações humanitárias e de direitos humanos, incluindo a Médicos Sem Fronteiras, alertam para uma fome em massa em Gaza, atribuída ao bloqueio imposto por Israel à entrada de ajuda humanitária. Segundo o comunicado, a escassez extrema de alimentos está levando à desnutrição generalizada, enquanto civis e trabalhadores da área de saúde e comunicação enfrentam risco real ao tentar acessar mantimentos.
O Ministério da Saúde palestino registrou dezenas de mortes por fome nas últimas semanas, intensificando o apelo internacional por um cessar-fogo imediato, a abertura de corredores humanitários e o fim das restrições que impedem a chegada de ajuda no território. O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) manifesta profunda indignação diante das recentes denúncias feitas sobre o agravamento da crise humanitária no confito Israel-Hamas.
De acordo com a MSF, já são mais de 36 mil mortos desde o início do conflito — entre eles, 12 profissionais da própria organização. A entidade também alerta para a destruição deliberada do sistema de saúde local e a perseguição aos trabalhadores da saúde, muitos dos quais têm sido feridos ou assassinados enquanto atuavam no atendimento à população.
Uma pesquisa conduzida pelo centro de epidemiologia da MSF (Epicentre) entre mais de 2.500 profissionais e familiares revelou dados alarmantes:
O Simesp se soma ao chamado da MSF pelo fim imediato do genocídio em Gaza, pela suspensão do cerco à região — que impede o acesso a alimentos, remédios, combustível e assistência humanitária —, e pela abertura urgente de corredores para evacuação médica de pessoas em risco de morte, especialmente crianças.
A realidade denunciada por uma das mais respeitadas organizações humanitárias do mundo exige posicionamento da comunidade médica global. Como sindicato, reafirmamos nosso compromisso com a vida, com os direitos humanos e o respeito ao direito internacional humanitário.
Denunciar a barbárie é parte do nosso dever ético. A destruição de hospitais, o assassinato de profissionais e o extermínio de crianças não podem ser naturalizados nem ignorados.