Em abril deste ano, o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) recebeu denúncias de médicos de Embu das Artes sobre o não pagamento de plantões realizados nos serviços de urgência e emergência do SUS, e geridos pela prefeitura municipal. Cerca de 90 profissionais estão com remunerações atrasadas e sob vínculos precários em quatro dos principais serviços de saúde da cidade: Hospital Leito e Pronto-Atendimento Aurelino Santos (Vazame), SAMU, Pronto-Socorro Central de Embu das Artes e a UPA Dra. Zilda Arns.
A Prefeitura de Embu terceiriza a contratação dos médicos através de uma Organização Social de Saúde (OSS), o Instituto Nacional de Ciências da Saúde (INCS), que tem atrasado o pagamento até a presente data. A contração se dá através de sociedade minoritária, uma prática cada vez mais comum pelas OSS e que representam uma fraude trabalhista, por mascarar um vínculo empregatício desses trabalhadores. Outros médicos relataram receberem, ainda, através de pagamentos via PIX diretamente em suas contas pessoais, o que configura outra irregularidade conhecida como “caixa 2”. Os atrasos e calotes acontecem, segundo relato dos médicos, há pelo menos 6 anos. Mais recentemente, há atrasos de mais de 6 meses, de plantões realizados em novembro de 2022 e ainda não pagos. Porém, isso se tornou ainda mais frequente e generalizado a partir de janeiro deste ano.
Após tomar ciência do caso, o Simesp enviou um ofício pra Secretaria Municipal de Saúde de Embu das Artes solicitando reunião e de em caráter de urgência. Diante da dimensão e número de trabalhadores envolvidos, criamos um canal de denúncias para que os médicos informem o Sindicato sobre detalhes dos plantões em aberto. As informações são confidenciais e serão acessadas somente pelo setor jurídico do Simesp para medidas legais. Acesse-o aqui: https://forms.gle/byKgGfyhVQWP1jHB7
Salientamos que a prática de terceirização do SUS, além de precarizar ainda mais o trabalhador, que se submete a vínculos sem direitos trabalhistas, fere os princípios de uma saúde pública gratuita e de qualidade. Pois, atende aos interesses do setor privado e não as necessidades da população. O Simesp segue na luta pela defesa dos direitos dos trabalhadores médicos e por uma saúde pública gratuita de qualidade. Fortaleça nossa luta!