No Dia do Orgulho LGBTQIAPN+, celebrado em 28 de junho, o Simesp lança campanha para debater sobre a importância de um acolhimento verdadeiramente humanizado à população LGBTQIAPN+. A iniciativa, que se estenderá ao longo do segundo semestre, pretende estimular a categoria a enxergar o indivíduo para além da dimensão biológica, levando em conta as especificidades e vulnerabilidades dessa população.
A campanha “Por uma medicina que acolhe” nasce com dois focos principais. O primeiro é o de contribuir com a formação da categoria médica, oferecendo informações, espaços de debate e materiais que ajudem a identificar e transformar práticas excludentes ainda presentes na assistência. O segundo é abrir espaço para que médicas e estudantes LGBTQIAPN+ compartilhem os desafios que enfrentam dentro da profissão, seja na formação, no ambiente de trabalho ou no atendimento a essa parcela da população.
Para se ter uma ideia da urgência da temática, segundo pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), pessoas trans representam apenas 0,3% dos universitários nas instituições federais do Brasil. Este número deve aumentar, já que há uma tendência de adoção de políticas afirmativas que contemplem a população trans. Neste sentido, é fundamental que a categoria médica esteja preparada para esse avanço, atuando de forma ativa na construção de uma medicina mais inclusiva no ambiente acadêmico e profissional. Ouvir quem vive essas realidades é um dos caminhos para sensibilizar médicas e médicos sobre a necessidade de promover mudanças concretas na prática médica.
A campanha contará com uma série de ações, como conversas com especialistas e médicas LGBTQIAPN+, coleta de dúvidas da categoria sobre como qualificar o atendimento a essa população, além do lançamento de um workshop formativo e de uma cartilha digital elaborada pelo Simesp. O material apresentará orientações práticas, conceitos fundamentais e sugestões de boas práticas para o atendimento acolhedor e sem discriminação.
“A medicina precisa ser plural. Fazer isso é parte essencial de uma assistência ética e responsável. Como sindicato, é nosso papel contribuir para que médicas e médicos estejam preparados para acolher bem e com respeito a todas as pessoas, respeitando suas identidades, trajetórias e necessidades específicas, sendo usuárias ou colegas”, afirma Lucas Uback, secretário de comunicações e imprensa do Simesp.
Ao longo do ano, novas ações serão divulgadas nos canais do Simesp. A construção da campanha será feita de forma coletiva e participativa, ouvindo tanto especialistas quanto a própria base da categoria. Porque cuidar, antes de tudo, é reconhecer a humanidade de quem está diante de nós — em toda a sua complexidade, identidade e dignidade.