Ganhou destaque entre as denúncias uma carta enviada pelos médicos que trabalham na estrutura montada no Palácio de Convenções do Anhembi. Equipamentos de proteção individual (EPI) de péssima qualidade ou em quantidade insuficiente, exigência de atendimento de mais de 10 pacientes por médico e até falta d’água para higienização dos espaços foram relatados.
“A falta de EPI é uma realidade em todos os lugares do país e, embora São Paulo esteja numa melhor posição quanto ao número de leitos de UTI e respiradores, esse problema coloca a vida de profissionais e pacientes em risco", explicou Victor Dourado, representante do Simesp. Segundo o que foi apurado pela própria reportagem da Folha, muitos médicos com plantões já contratados desistiram de seus postos pela insegurança. Já Juliana Salles, diretora do sindicato, falou à Rede Brasil Atual sobre a falta de treinamento e garantias trabalhistas mínimas para os médicos, contratados via organizações sociais (OSs), que atuam nos hospitais de campanha.
Em uma mesa técnica montada para discutir as ações de combate à pandemia, o Simesp relatou o cenário à prefeitura. O sindicato também acionou o Ministério Público do Trabalho (MPT) para investigar as infrações do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e da OGS Saúde (quarteirizada pelo Iabas), OSs responsáveis pelo Hospital de Campanha do Anhembi.