O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) considera válida a realização do Exame do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) por ser a única ferramenta disponível para a avaliação do conhecimento dos recém-formados no Estado e ressalta a preocupação com a abertura indiscriminada de cursos de medicina, já que faculdades particulares representam 71% dos números de reprovações.
“Sabemos, infelizmente, que muitos desses estabelecimentos não mantêm compromisso com a formação de bons profissionais, ao contrário, o que vemos na prática é a mercantilização desenfreada das escolas, que irão colocar no mercado de trabalho pessoas despreparadas para cuidar da saúde dos pacientes, muitas sequer sabem identificar situações básicas da profissão”, afirma Cid Carvalhaes, presidente do Simesp.
Ainda segundo Carvalhaes, estima-se que em um futuro próximo o Exame possa também trazer a consideração das autoridades e das entidades médicas, que possibilite ser estabelecido um ranking baseado em critérios científicos.
Sobre os resultados do Exame
Desde 2012, todos os estudantes do 6º ano de medicina devem prestar obrigatoriamente o Exame do Cremesp, que existe desde 2005 de forma facultativa, para poderem receber o registro do Conselho, porém, a prova não tem caráter reprobatório.
Dos médicos que se formaram em 2013 no Estado de São Paulo, 59,2% foram reprovados na prova. Esse é o segundo pior resultado desde que a prova é aplicada.
O desempenho varia muito conforme a escola. Se entre os alunos de faculdades públicas 33,9% foram reprovados, entre os estudantes de faculdades particulares, esse número sobe para 71%.