Simesp

Sim, nós também temos um lindo Jardim Botânico!

Home > Sim, nós também temos um lindo Jardim Botânico!
21/12/2012 | Notícia Simesp

Sim, nós também temos um lindo Jardim Botânico!

O Botânico fica na área do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga, ainda conhecido como Parque do Estado, no bairro da Água Funda, zona sul de São Paulo, uma área de reserva biológica com vegetação remanescente da Mata Atlântica. Ali, estão preservadas algumas das mais importantes espécies da flora e da fauna no Estado.

Visitar o Jardim Botânico aos finais de semana é totalmente diferente do que em dias úteis. Sábado e domingo é dia de ir com a família. Você pode chegar logo cedo e esticar até o almoço – há uma opção de restaurante em meio à vegetação. Ou chegar para o almoço e descansar a tarde.

Se a sua opção foi chegar para o almoço e passar a tarde no Jardim, a dica é um descanso no Lago das Ninféias, observando os peixes e as aves. Esse lago é formado pelas águas de uma das nascentes do Riacho do Ipiranga e abriga plantas aquáticas. A principal delas é justamente a ninféia. Você pode seguir pelo Lago dos Bugios, depois, Lago dos Sentidos, e por uma trilha até o Castelinho. É possível se refrescar e beber água potável nas torneiras distribuídas ao longo do caminho, tirar os sapatos e caminhar na grama.

Chegando ao Castelinho, você encontra a entrada da Trilha da Nascente , são 360 metros de caminho suspenso, por entre a Mata Atlântica, que levam à nascente do Riacho do Ipiranga. Há pontos de parada para observar os animais e as aves, ouvir e, se der sorte, ver os macacos bugios. O barulho chega a ser assustador e, ao mesmo tempo, encantador, um ronco sem igual. E você pode ficar o tempo que quiser observando a mata.

Na volta, passe por entre o túnel de bambus. Entre na estufa para admirar as plantas tropicais. Fique um tempo a admirar o Jardim de Lineu, de traçado simétrico, inspirado no Jardim Botânico de Upsala, na Suíça. Caminhe até a grama, estique uma toalha, faça um piquenique, deite-se e descanse. Você vai sair de lá totalmente renovado.

Apesar do ambiente calmo, aos finais de semana, o Jardim Botânico é muito mais cheio. Nada se compara aos seus vizinhos, aqueles que abrigam os animais, o Zoológico e o Zôo Safári, que lotam aos fins de semana e feriados. Não, o Jardim Botânico é uma opção tranquila de passeio. Muito se deve também ao fato de não ser permitido levar bola, andar de bicicleta, patins, ou qualquer outra coisa. Ali, é um espaço para caminhar, relaxar e observar a natureza.

Durante a semana, o clima é totalmente diferente. Numa quinta-feira pela manhã, dia em que visitamos o local para esta reportagem, o ambiente é bastante bucólico, encantador. O silêncio e o barulho da natureza vez ou outra são interrompidos pela algazarra das crianças que estão no Jardim para as visitadas monitoradas com as escolas.

Logo na chegada, o visitante é recebido por imponentes palmeiras-imperiais e leque chinês, beirando praticamente toda a extensão da entrada e da frente. Há uma certa ansiedade para entrar. Mas é só colocar os pés do lado de dentro para que qualquer ansiedade se dissipe.

À direita da entrada, você pode seguir pelo imenso jardim, em busca de espécies da flora em extinção. Ali está um pau-brasil, natural de matas costeiras, do Rio Grande do Norte ao Rio de Janeiro, sua madeira pesada, dura e muito resistente foi largamente levada pelos colonizadores para fora do país. É uma árvore de porte elegante, copa arredondada, folhas verde-escuro brilhantes, flores em cacho amarelo-ouro. Hoje, sua madeira é empregada na confecção de arcos e violinos. Você pode avistar outras árvores dessa espécie no Bosque do Pau-Brasil.

Caminhando pelo Arboreto, beirando a Alameda Von Martius, do outro oposto, o visitante se depara com um exemplar de um palmito –juçara, outra espécie ameaçada. Pode-se retornar pela alameda, mas é interessante passar por entre o Arboreto para conferir os nomes das espécies até retornar à Alameda Fernando Costa, na entrada do parque. Dali, é só atravessar a passarela por cima do Córrego Pirarungáua, aonde grupos de crianças se debruçam, admiradas, a procura de animais.

Depois do restaurante, o visitante passe em frente ao Museu Botânico Dr. João Barbosa Rodrigues, atualmente fechado para reforma. Inaugurado em 1942, desperta o interesse pela pesquisa em botânica. Ao fundo do Jardim de Lineu, as estufas, símbolo que marca o início do Jardim Botânico, inauguradas em 1928 para cultivo de orquídeas. Hoje, uma delas abriga plantas tropicais, especialmente da Mata Atlântica, como bromélias, samambaias, antúrios e orquídeas. E também uma espécie em extinção, a gloxínia, ameaçada devido à destruição de seu habitat e à retirada para comercialização como planta ornamental. A outra estufa está fechada e, em breve, abrigará uma exposição permanente de espécies do cerrado. Entre as duas estufas, o Orquidário, que leva o nome de um dos maiores estudiosos de orquídeas brasileiras e idealizador do Jardim Botânico, Frederico Carlos Hoehme. O local apresenta apenas uma mostra de uma das maiores coleções públicas de orquídeas do país, composta por 15 mil vasos, com 700 espécies, algumas, ameaçadas. Já o Bromeliário guarda 211 espécies nativas mantidas no Jardim Botânico.

Nessa área, também chamam atenção do visitante as escadarias construídas em 1928, que dão acesso à trilha “Caminho da Terra Batida”. Próximo ao Lago das Ninféias, impressiona também o Portão Histórico. Construído em 1894, pertenceu à Repartição de Águas e Esgotos até 1928. Era o portão de acesso ao Jardim. E foi posteriormente transferido para aonde está hoje, destacando-se, imponente na paisagem.

Em meio à exuberante natureza, está o Conjunto Escultural à Paz e a Liberdade, uma obra do artista plástico Luiz Antônio Cesário, que trabalhou com os quatro elementos da natureza: ar, fogo, terra, água. Vale a pena parar alguns minutos para admirar o conjunto das obras e sua interação com o verde do Jardim Botânico.

O passeio segue por trilhas, bosques e alamedas. Por entre macacos, pássaros e calangos. Nessa São Paulo, que tem a fama da cidade que não pode parar, há muitos lugares. E há, sim, um lugar em que podemos parar, desacelerar, é nesse nosso lindo Jardim Botânico. Um verdadeiro oásis da cidade de São Paulo.

História

No final do século passado, a área do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga era uma vasta região com mata nativa, ocupada por sitiantes e chacareiros. Por ordem do governo, as desapropriações na área vinham ocorrendo desde 1893, visando à recuperação da floresta, à utilização dos recursos hídricos e à preservação das nascentes do Riacho do Ipiranga.

Em 1917, a região tornou-se propriedade do Governo, passando a denominar-se Parque do Estado. Até 1928 serviu para captação de águas, que abasteciam o bairro do Ipiranga. Neste mesmo ano, o naturalista Frederico Carlos Hoehne foi convidado para implantar um Jardim Botânico na região.

Entretanto, somente em 1938 o Jardim Botânico de São Paulo foi oficializado, juntamente com a criação do Departamento de Botânica, na época órgão da Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio de São Paulo. Em 1969, o Parque do Estado, onde o Instituto de Botânica e o Jardim Botânico estão localizados, passou a denominar-se Parque Estadual das Fontes do Ipiranga.

Quem implantou o Jardim Botânico de São Paulo foi o naturalista mineiro, de Juiz de Fora, Frederico Carlos Hoehne (1882-1959), que veio para São Paulo em 1917 trabalhar na Seção de Botânica do Instituto Butantã.

No ano de 1928 implantou o Jardim Botânico de São Paulo e de 1938 a 1941 foi diretor superintendente do departamento de Botânica do Estado. Em 1942 tornou-se o primeiro diretor do Instituto de Botânica permanecendo no cargo até sua aposentadoria em 1952.

Recebeu o Título de Servidor Emérito do Estado por sua dedicação ao Serviço Público Paulista no ano de sua aposentadoria. (Fonte: Ibot)

Serviço
Jardim Botânico de São Paulo
Endereço:
Avenida Miguel Stéfano, 3031 – Água Funda, São Paulo – SP
De 21/10/2012 a 17/02/2013, abre às 9h e fecha às 18h (em outras épocas o horário é até as 17h).
Entrada: R$ 5,00 (adultos), R$ 2,50 (acima de 60 anos e estudantes), crianças até quatro anos e portadores de necessidades especiais são isentos do pagamento.
Estacionamento: R$ 8,00