Na última segunda-feira (31/05), a falta de contratos e vínculos trabalhistas dos médicos de Osasco, o que expõe os profissionais e o atendimento da população a extrema instabilidade, foi matéria no R7. A reportagem retoma os três anos da situação de insegurança vivenciada pelos médicos da cidade. Eles estavam com salários atrasados até os primeiros meses de 2021 e, hoje, trabalham sem contrato para as organizações que administram a rede municipal de saúde do município (Medical Corp e Dermacor).
A matéria colheu relatos de profissionais afetados duramente pela atual condição de trabalho. “Os médicos estão muito inseguros, afinal a forma atual é um contrato temporário que se encerra em 180 dias (após fevereiro). E não há garantia de que todos vão receber de fato. […] Não tendo o vínculo, eles podem ser cortados da escala, demitidos e não receber mais”, disse um deles. Outra médica contou que não recebeu qualquer auxílio quando foi internada por ter contraído Covid-19. “[…] não recebi nem um centavo. Não temos vínculo de trabalho. É ruim porque não temos garantia de nada. Não podemos adoecer, tirar férias, porque as contas vão vir.”
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) acompanha de perto os médicos de Osasco, tendo conquistado, através da luta dos profissionais, o pagamento dos salários atrasados. No entanto, a situação ainda não foi inteiramente resolvida. Os médicos seguem cumprindo suas demandas e cargas horárias sem contratos e direitos trabalhistas. Como disse o presidente do Simesp, Victor Dourado, em entrevista para a matéria: “Queremos a regularização dos vínculos de trabalho. Conseguimos que não baixassem o salário nessa troca, mas salário mantido com irregularidades também não é proposta [pra nós]. Não é uma coisa aceitável que, para se manter o valor dos salários, isso se dê de forma irregular.”