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Reajuste de planos de saúde é o maior desde 2005

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26/07/2013 | Notícia Simesp

Reajuste de planos de saúde é o maior desde 2005

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) aprovou o índice de 9,04% para o reajuste dos planos de saúde (individual/familiar), firmados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98. Segundo a agência, o percentual, válido para o período entre maio/2013 e abril/2014, incidirá sobre os contratos de cerca de 8 milhões de beneficiários, o que representa 17% dos consumidores de planos de assistência médica no Brasil.

O índice divulgado pela ANS para reajuste dos planos de saúde individuais no período de maio-2013 a abril-2014 será de no máximo 9,04%. Esse é o maior índice aplicado nos últimos 8 anos, anteriormente o maior índice foi em 2005 e atingiu o patamar de 11,69%.

Em 2013 a inflação sozinha tem sido uma vilã no bolso do consumidor por apresentar tendência de alta elevada no comparativo com o mesmo período de 2012 – conforme indicado na tabela 1 abaixo. "O reajuste de plano de saúde agrava ainda mais a relação e segue no acumulado nos últimos dez anos com 39,44%, num ritmo crescente que demanda mudanças urgentes para que o consumidor possa continuar a manter um plano de saúde”, afirma a economista do Idec, Ione Amorim.

A metodologia aplicada pela ANS para obter o índice é a mesma desde 2001 e, em apenas duas ocasiões, o reajuste foi inferior ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – índice oficial da inflação brasileira medido pelo IBGE) acumulado no período. Neste ano, enquanto o valor acumulado do IPCA de 2003 a 2013 é de 99,86%, o índice acumulado dos reajustes da ANS é de 139,24%.

De acordo com a ANS, a metodologia por ela aplicada para definição do índice máximo para os planos individuais considera a média dos percentuais de reajuste aplicados pelas operadoras aos planos coletivos com mais de 30 beneficiários, reajustes estes que não são controlados pela Agência e reconhecidamente são impostos pelas operadoras e não refletem adequadamente os custos do setor.

Diante de argumentos que buscam o equilíbrio financeiro das operações com a incorporação de novos procedimentos, elevação nos custos e inovação caminha em direção oposta à percepção que o consumidor tem da qualidade dos serviços oferecidos. Para o consumidor a situação é agravada pela qualidade da prestação de serviços e com históricos recorrentes de negativa de atendimento, prazos longos para marcação de consultas e acesso a exames com frequentes descredenciamentos de médicos e laboratórios.

Com todo esse cenário é importante observar que o consumidor que lentamente está perdendo a capacidade de pagamento dos planos de saúde, invariavelmente irá refletir no atendimento do SUS sobrecarregando ainda mais o sistema e comprometendo o direito de acesso básico à saúde da população.

"O Idec é contra a metodologia de reajuste, já que é inadequada à realidade do consumidor brasileiro, que já arca com altos custos dos planos individuais. Além disso, este teto estabelecido não é aplicado aos planos coletivos, que abrangem aproximadamente 77% do total de consumidores de planos de saúde no Brasil, que ficam à mercê dos reajustes abusivos praticados pelas empresas” completa Ione. 

Tabela – 1 Comparativo de reajuste de saúde da ANS para planos individuais x inflação (IPCA).

Acumulado 2000/2012 

No ano 

Acumulado nos últimos 10 anos 

Diferença em pontos percentuais (B-A) 

IPCA no ano(1)

Índice ANS para reajuste dos planos individuais 

Variação

IPCA Acumulado (A) 

Índice ANS Acumulado (B) 

Variação entre os índices acumulados (B/A) 

2003 

16,77

9,27

-6,42%

16,77

9,27

-44,72%

7,50

2004 

5,26

11,75

6,17%

22,91

22,11

-3,50%

0,80

2005 

8,07

11,69

3,35%

32,83

36,38

10,82%

-3,55

2006 

4,63

8,89

4,07%

38,98

48,51

24,44%

-9,53

2007 

3,00

5,76

2,68%

43,15

57,06

32,24%

-13,91

2008 

5,04

5,48

0,42%

50,37

65,67

30,39%

-15,30

2009 

5,53

6,76

1,17%

58,68

76,87

30,99%

-18,19

2010 

5,26

6,73

1,40%

67,03

88,77

32,44%

-21,74

2011 

6,51

7,69

1,11%

77,90

103,29

32,59%

-25,39

2012 

5,10

7,93

2,69%

86,97

119,41

37,29%

-32,44

2013 

6,49

9,04

2,01%

99,11

139,24

39,44%

-39,39

1 – O índice de preços amplo ao consumidor (IPCA) foi acumulado de acordo com o período de vigência do índice de reajuste da ANS de maio a abril de cada ano.

Orientações sobre o reajuste

Para os contratos que já venceram há no máximo quatro meses, a cobrança poderá ser feita de forma retroativa. Por exemplo: o consumidor cujo mês do aniversário do contrato foi em maio deve receber em agosto um boleto com a nova mensalidade já reajustada juntamente com o valor retroativo referente ao mês de maio. Então, somente em novembro o usuário do plano deixará de pagar o valor retroativo, que passará a ser incorporado à mensalidade.

No boleto com a nova mensalidade, os valores referentes ao aumento, percentual e o absoluto deverão estar corretamente informados. No caso de dúvidas, o consumidor pode contatar a ANS pelo telefone 0800 701 9656.