De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a terceirização das UBSs sem orientações aos profissionais está ocorrendo por toda a cidade. De acordo com Juliana Salles, diretora do Simesp, a Secretaria da Saúde alega falta de recursos humanos administrativos, mas funcionários denunciam que aprovados no concurso para assistente de gestão do patrimônio público (AGPP) nunca foram chamados para compor o quadro de funcionários das unidades.
A mudança abrupta de gestão das UBSs impactará diretamente na qualidade do atendimento, uma vez que os médicos e demais profissionais já acompanham a população local e realizam visitas domiciliares, mas não sabem se poderão continuar a realizar esses atendimentos, ainda segundo Juliana. O Simesp encaminhou ofícios à OS Associação Saúde da Família e à Secretaria questionando a atitude.
O sindicato é contrário a essa mudança, pois ela não apresenta melhores indicadores para o desenvolvimento da saúde pública. Além disso, 68,5% das denúncias recebidas pelo Simesp, no período de maio de 2017 a maio de 2018, envolve problemas com OSs. Os motivos mais comuns são atrasos de salários e 13º, demissões de médicos CLT para contratação de pessoa jurídica (PJ), falta de aplicação do reajuste conforme estabelecido em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), falta de condições para atendimento devido à sobrecarga de trabalho, falta de insumos ou até mesmo demissões em massa. Como consequência deste panorama, as mudanças trazem grande prejuízo à relação entre os profissionais e a população local, que é primordial para a qualidade da assistência.
Se sua unidade está em vias de mudar para a administração de uma OS, entre em contato com o Simesp. Cobraremos esclarecimento da SMS a respeito da falta de diálogo com os servidores e falta transparência sobre a finalidade das recentes mudanças nas UBSs da cidade de São Paulo.