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Profissionais da UBS Jardim Vera Cruz paralisarão os atendimentos no dia 7/8

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02/08/2019 | Notícia Simesp

Profissionais da UBS Jardim Vera Cruz paralisarão os atendimentos no dia 7/8

Em assembleia realizada ontem, dia 1º de agosto, os funcionários da Unidade Básica de Saúde (UBS) Jardim Vera Cruz decidiram paralisar os atendimentos na próxima quarta-feira, dia 7 de agosto. No mesmo dia, às 9h, os profissionais realizarão ato em frente à Secretaria Municipal da Saúde (SMS). A manifestação será porque, a partir do dia 31 de julho, a UBS passou da administração direta para a organização social (OS) Associação Saúde da Família sem dizer qual será o futuro dos profissionais, que terão de se submeter às regras da OS ou solicitar transferência para uma outra UBS, possibilidade que não foi garantida pela SMS. O atendimento para vacinação contra o sarampo será mantido.

De acordo com denúncias recebidas pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a terceirização das UBSs sem orientações aos profissionais está ocorrendo por toda a cidade. De acordo com Juliana Salles, diretora do Simesp, a Secretaria da Saúde alega falta de recursos humanos administrativos, mas funcionários denunciam que aprovados no concurso para assistente de gestão do patrimônio público (AGPP) nunca foram chamados para compor o quadro de funcionários das unidades.

A mudança abrupta de gestão das UBSs impactará diretamente na qualidade do atendimento, uma vez que os médicos e demais profissionais já acompanham a população local e realizam visitas domiciliares, mas não sabem se poderão continuar a realizar esses atendimentos, ainda segundo Juliana. O Simesp encaminhou ofícios à OS Associação Saúde da Família e à Secretaria questionando a atitude.

O sindicato é contrário a essa mudança, pois ela não apresenta melhores indicadores para o desenvolvimento da saúde pública. Além disso, 68,5% das denúncias recebidas pelo Simesp, no período de maio de 2017 a maio de 2018, envolve problemas com OSs. Os motivos mais comuns são atrasos de salários e 13º, demissões de médicos CLT para contratação de pessoa jurídica (PJ), falta de aplicação do reajuste conforme estabelecido em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), falta de condições para atendimento devido à sobrecarga de trabalho, falta de insumos ou até mesmo demissões em massa. Como consequência deste panorama, as mudanças trazem grande prejuízo à relação entre os profissionais e a população local, que é primordial para a qualidade da assistência.

Se sua unidade está em vias de mudar para a administração de uma OS, entre em contato com o Simesp. Cobraremos esclarecimento da SMS a respeito da falta de diálogo com os servidores e falta transparência sobre a finalidade das recentes mudanças nas UBSs da cidade de São Paulo.