Oitenta por cento dos médicos que atendem operadoras e planos de saúde paralisaram hoje suas atividades, em protesto contra as condições a que são submetidos e que prejudicam diretamente os pacientes. A avaliação é do presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Dr. Cid Carvalhaes.
Na capital paulista, a concentração foi realizada em frente à sede do Simesp, às 9h30, partindo para a Praça da Sé, onde houve um ato público. Participaram médicos de várias especialidades e profissionais de outras áreas da saúde, como psicólogos, farmacêuticos, dentistas, cirurgiões-dentistas e terapeutas ocupacionais, entre outros. Também apoiam o movimento a OAB-SP e entidades que representam pacientes e consumidores.
Os participantes usaram um caminhão de som e carregaram faixas e cartazes com frases que resumiam os motivos do movimento. “Foi um sucesso porque é um movimento da sociedade como um todo, uma vez que se trata de um problema social de grande relevância”, resumiu Carvalhaes, ao se referir aos planos, considerados como “atravessadores da saúde, que exploram médicos e prestadores de serviços”.
O objetivo do movimento liderado pelas entidades médicas nacionais Fenam, Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM) é abrir uma mesa de negociação com os planos e operadoras de saúde e com a Agência Nacional de Saúde (ANS). O prazo é de 60 dias. O presidente da Fenam e do Simesp lembrou que o movimento sindical médico “é negociador por excelência”. Mas alertou: se não houver negociação, as instituições poderão programar paralisações mais longas ou adotar várias outras medidas, como ações junto ao judiciário (para cumprimento dos contratos), órgãos fiscalizadores, Ministério do Trabalho, Ministério Público Federal e Estaduais, descredenciamento setorizado ou universal dos médicos de alguns ou de todos os planos de saúde, além de outras alternativas que serão discutidas durante reunião de avaliação do movimento em Brasília. O líder sindical garantiu que diante desse quadro “sempre os interesses da população serão devidamente respeitados”.
Saiba mais sobre a paralisação de 7 de abril na TV Simesp e na Rádio Simesp.