Criação de um comitê de condução de crise. Essa foi a proposta apresentada pelo secretário estadual da Saúde, David Uip, em reunião, convocada pela própria Secretaria, com as entidades médicas – Sindicatos dos Médicos de São Paulo (Simesp), Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e Associação Paulista de Medicina (APM).
O encontro aconteceu na terça-feira, 2 de junho, na Secretaria Estadual da Saúde e contou também com a participação do secretário adjunto da Saúde, Wilson Pollara, e dos principais coordenadores da pasta.
O secretário alegou que a crise econômica brasileira está reduzindo a arrecadação do Estado, o que, segundo ele, afetará o financiamento da saúde, agravando as dificuldades já existentes. Uip também falou da superlotação dos hospitais estaduais e pediu às entidades médicas que debatam e sugiram possíveis alternativas para fixar o médico nas unidades e melhorar o atendimento no setor.
Para Eder Gatti, presidente do Simesp, a queda na arrecadação não pode justificar a piora na qualidade dos atendimentos e das condições de trabalho dos profissionais da Secretaria Estadual. Ele criticou ainda a entrega do serviço às organizações sociais sem o devido acompanhamento. “O governo deve ter o controle de gestão e uma política de recursos humanos de estímulo à qualificação e fixação do profissional nas áreas de difícil provimento”, avaliou.
Gatti avaliou a reunião de forma positiva. “Achei interessante o secretário ter tido a iniciativa de convidar as entidades médicas, colocando sua equipe técnica para fazer a discussão conosco. Espero que, a partir de agora, ocorram desdobramentos efetivos”.