O ex-ministro da Saúde e candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, disse que, se eleito, criará uma versão estadual do programa Mais Médicos. Segundo o candidato, a meta é trazer para o estado profissionais brasileiros. Na manhã desta segunda-feira (4), Padilha fez campanha em Osasco, onde visitou uma Unidade Básica de Saúde e caminhou por ruas da cidade.
O programa federal Mais Médicos tem o objetivo de aumentar o número de médicos atuantes na rede pública de saúde em regiões carentes, e permite a vinda de profissionais estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior sem a necessidade de revalidação do diploma.
No caso da versão anunciada por Padilha, os médicos seriam especialistas brasileiros, "tanto paulistas como de outros estados. Para especiliadades precisa trazer daqui".
Padilha disse que pretende abrir 3 mil vagas de médicos especialistas no estado, como ginecologistas e cirurgiões. "O povo precisa de pediatra, neurologista, ortopedista.Esse é o desafio do Mais Médicos. Resolvei o problema do médico no posto de saúde, agora vamos vencer esse outro obstáculo", disse.
O ex-ministro da Saúde diz que a remuneração na versão paulista do programa teria relação também com os procedimentos ou consultas realizadas. "Hoje você tem uma carreira do estado que já garante uma parte da contratação, agora nós vamos pagar por consulta realizada, pelo exame, pelo procedimento realizado", disse. "Daí você garante que você teve o atendimento de fato e não paga por carga horária sem que atendimento tenha ocorrido", explicou.
Segundo o candidato, os médicos concursados que pertencem à administração direta também serão valorizados e terão reajuste. No entanto, o valor não foi mencionado. Ele se comprometeu ainda, se eleito, a ampliar a oferta de cursos de medicina no estado. O ex-ministro pretende abrir 16 novos cursos em 16 cidades paulistas.
Críticas
Durante a caminhada, Padilha estava acompanhado dos petistas Emídio de Souza, coordenador de campanha, Jorge Lapas, prefeito de Osasco, e Eduardo Suplicy, senador e candidato à reeleição.
Durante seu discurso, ele fez críticas diretas ao governador e candidato à reeleição Geraldo Alckmin, especialmente em relação à crise hídrica. "Ele começou o racionamento noturno, à noite vem o vento, vem o ar e fica rodando aquela maquininha que marca quanto você gasta água", disse. "Um mês depois, você recebe a conta do governo do estado, da Sabesp, como se tivesse passado água lá aquilo que foi só ar", disse Padilha.
Procurada, a assessoria da campanha de Alckmin não retornou as ligações do G1 sobre os comentários de Padilha.
O candidato do PT também reclamou das críticas feitas por Alckmin quando o programa Mais Médicos foi lançado. "O atual governador, que é médico como eu, desde o começo foi contra o Mais Médicos. Quando começou o programa ele deu declaração dizendo que não faltava médicos em São Paulo, o que precisava era distribuir melhor. Quando a gente lançou, o estado de São Paulo, que é o estado mais rico do país, foi exatamente o estado que pediu mais Médicos", afirmou. Segundo ele, o estado recebeu mais de 2 mil médicos do programa.
Padilha também afirmou que o hospital oncológico, visitado pelo concorrente tucano em Osasco nesta segunda-feira, foi prometido há mais de 4 anos e ainda está em obras.
"Acho que descobriram que eu vinha aqui em Osasco e decidiram vir aqui. Ele [Alckmin] deve estar preocupado comigo", disse Padilha sobre a coincidência das agendas políticas.