Entidades reunidas no Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) na última quinta-feira, 12, se mostraram favoráveis ao novo exame que será aplicado aos alunos dos 2°, 4° e 6° anos dos cursos de medicina a partir de agosto. A Avaliação Nacional Seriada dos Estudantes de Medicina (Anasem), a ser realizada a cada dois anos, será obrigatória e indispensável para a diplomação dos futuros médicos.
A “data provável” da aplicação da primeira edição da Anasem será em 28 de agosto de 2016, de acordo com representante do Ministério da Educação (MEC) presente ao Simesp Debate. “As políticas de avaliação se tornaram uma cultura no Brasil”, considera Rodrigo Chávez Penha, diretor de Desenvolvimento da Educação em Saúde da Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC).
Em sua apresentação, ele falou, entre outras coisas, sobre o arcabouço legal que ampara o exame. A realização de uma prova do tipo estava prevista no Artigo 9º da Lei 12.871 (de 22 de outubro de 2013), que daria origem ao Programa Mais Médicos. Em 1° de abril deste ano, a Anasem começou ser instituída a partir da portaria N°168 do MEC, que prevê a criação de uma comissão gestora, composta por diversas entidades, que terá como objetivo apoiar o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) na elaboração dessa prova.
“O Conselho recebeu com muito bom grado”, disse Lúcio Flávio Gonzaga Silva, mestre em cirurgia e doutor em farmacologia que, na ocasião, representou o Conselho Federal de Medicina (CFM). O médico, em sua apresentação, lembrou aos presentes da rápida expansão do número de vagas, nos últimos anos, para estudantes de medicina. E ponderou que é necessário garantir a qualidade da sua formação.
Reinaldo Ayer de Oliveira, que coordena a Câmara de Bioética do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), explicou que, há mais de uma década, o Cremesp promove uma prova anual para avaliar o conhecimento básico que seria imprescindível ao bom exercício profissional. “O exame do Conselho Regional de Medicina é, seguramente, o mais sequente que existe num país da América Latina. É o que mais tempo permaneceu e com isso nós fomos aperfeiçoando esse exame”, disse.
José Erivalder Guimarães de Oliveira ponderou que o futuro exame precisa criar mecanismos para também garantir a avaliação da qualidade dos cursos e não apenas o desempenho dos alunos nessa prova. “Nós vamos ficar só com a avaliação do egresso em si? E a avaliação das faculdades de medicina do país”, perguntou o secretário de Relações do Trabalho do Simesp.
A 12ª edição do Simesp Debate foi moderada por Diângeli Soares, diretora do Sindicato. “Eu acredito que a avaliação externa é uma coisa desejável, é uma coisa boa. E ela tem um mérito importante no sentido de controle social”, elogiou. Diângeli Soares fez, no entanto, a mesma ressalva de José Erivalder Guimarães de Oliveira: “Eu não compreendi muito bem onde é que dentro desse processo de avaliação individual está a avaliação institucional.”