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Nota de repúdio à privatização dos hospitais estaduais anunciada pelo governo de SP

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21/05/2025 | Notícia Simesp

Nota de repúdio à privatização dos hospitais estaduais anunciada pelo governo de SP

Decisão afeta diretamente a qualidade da assistência à população e precariza as condições de trabalho dos profissionais da saúde nos hospitais Darcy Vargas, Ipiranga e Heliópolis

O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) repudia com veemência o anúncio feito pelo Governo do Estado de São Paulo, na data de hoje (20/05) sobre a privatização da gestão no Hospital Heliópolis, Hospital Ipiranga e Hospital Infantil Darcy Vargas para Organizações Sociais de Saúde (OSs). A medida representa mais um ataque à saúde pública e ao funcionalismo, com graves consequências tanto para os profissionais da saúde quanto para a população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS).

A privatização da gestão hospitalar, na forma como tem sido conduzida no estado, precariza os vínculos de trabalho e fragiliza a política pública de saúde, principalmente em áreas que demandam profissionais altamente qualificados. Para os servidores, as consequências são claras:

  • Precarização do trabalho: profissionais terceirizados costumam receber salários menores, ter menos benefícios e ausência de garantias contratuais. 
  • Falta de estabilidade: contratos temporários aumentam o risco de demissões e reduzem a segurança no emprego. 
  • Impacto na carreira: a ausência de uma carreira estruturada e oportunidades de crescimento profissional desestimula os trabalhadores.

Além dos impactos para trabalhadores e trabalhadoras, a população também sofre diretamente com questões como: 

  • Qualidade dos serviços: a ausência de controle rigoroso e fiscalização adequada pelas as organizações sociais (OSs) pode comprometer o atendimento. 
  • Falta de continuidade: a alta rotatividade de profissionais dificulta o vínculo entre pacientes e equipe médica, prejudicando o cuidado integral. 
  • Acesso aos serviços: a lógica de gestão privada pode aprofundar desigualdades no acesso à saúde pública. 
  • Desafios na fiscalização: o controle social e institucional sobre empresas terceirizadas é mais difícil, dificultando a identificação e correção de falhas. 

O Simesp reforça que, na prática atual, sem regulamentação adequada, transparência e controle social, a privatização da gestão hospitalar por OSs tem servido apenas para fragilizar o SUS, precarizar vínculos e piorar a assistência à população.

“A privatização da gestão na saúde pública tem consequências complexas e variadas, afetando tanto os servidores quanto os pacientes. Quando se trata de serviços de alta complexidade, a situação é ainda mais alarmante. Para os servidores, pode levar à precarização do trabalho, com menor remuneração, benefícios e falta de estabilidade. Já para os pacientes, a terceirização pode gerar riscos na qualidade dos serviços, com menor continuidade no cuidado e maior dificuldade em garantir a qualidade da assistência”, explica a diretora do Simesp, Juliana Salles. 

O Simesp se solidariza com os médicos e médicas das unidades e segue firme na defesa do SUS, da valorização do trabalho médico e do direito da população a um sistema público, universal e de qualidade.