É com profundo pesar que o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) se manifesta em relação ao trágico falecimento da jovem médica, Thallita da Cruz Fernandes, vítima de feminicídio.
Thallita tinha apenas 28 anos, se formou na Faculdade de Medicina de Rio Preto e atuava como médica plantonista na cidade de Bady Bassitt. Atuou na linha de frente do combate à pandemia por Covid-19, no atendimento clínico e no enfrentamento ao negacionismo e à desinformação. Após ser aprovada no vestibular, ofereceu apoio para que outros pudessem seguir sua trajetória. No seu percurso em vida, se posicionou contra a violência de gênero.
O feminicídio é uma realidade alarmante em nossa sociedade, uma manifestação brutal da violência de gênero que continua a ceifar vidas e deixar um rastro de luto e sofrimento. Infelizmente, vemos cotidianamente ataques machistas e misóginos tanto no espaço de trabalho, quanto em suas casas. Sendo assim, reiteramos a importância de qualificar casos deste teor, coletando dados para desenvolver tais políticas. O crime cometido contra Thallita deve ser tratado como feminicídio, denunciando os traços de ódio, e julgado de acordo, responsabilizando quem estiver envolvido.
Nos últimos anos, os números relacionados ao feminicídio no Brasil têm sido motivo de grande preocupação. De acordo com um levantamento do Monitor da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), observa-se (abaixo) uma escalada alarmante de casos de feminicídio no país. Enquanto, o número de assassinatos sem recorte de gênero caiu 1% entre os anos de 2021 e 2022, o registro de feminicídio aumentou em 5% no último ano.
– 2019: 1.330 registros de feminicídio;
– 2020: 1.354 registros de feminicídio;
– 2021: 1.337 registros;
– 2022: 1.410 registros.
Fonte: https://g1.globo.com/monitor-da-violencia/noticia/2023/03/08/brasil-bate-recorde-de-feminicidios-em-2022-com-uma-mulher-morta-a-cada-6-horas.ghtml
O dado de 2022 também corresponde a uma mulher morta a cada 6 horas, em média, e é o maior registrado no país desde que a lei de feminicídio entrou em vigor, em 2015. A realidade clama por ações efetivas para combater a violência de gênero em todas as suas formas, como políticas públicas específicas. Quantas mais perderemos por feminicídio no Brasil?
O Simesp luta pela igualdade de gênero e pelo fim de qualquer forma de discriminação. Além de promover espaços para denúncias sobre a falta de segurança para médicas e médicos em São Paulo.
Expressamos nossa mais sincera solidariedade à família, amigos e colegas de trabalho durante este momento de dor e consternação.
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