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Mudança de gestão do PS Santana já provoca demissões

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28/04/2016 | Notícia Simesp

Mudança de gestão do PS Santana já provoca demissões

A troca de gestão do Pronto-Socorro Municipal Lauro Ribas Braga, em Santana, já provocou demissão de 97 profissionais, entre médicos, enfermeiros e funcionários do setor administrativo. A gestão, atualmente feita pela Santa Casa, passará a ser realizada, a partir de 1° de maio, pelo Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), ambas organizações sociais (OSs).

No dia 27 de abril, o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) esteve no hospital para realização de assembleia com os médicos, que estavam revoltados com a situação que já é complicada – péssimas condições de trabalho, equipe desfalcada – e tende a se agravar. “A consequência será o aumento de filas e a demora no atendimento da unidade que possui demanda de alto fluxo”, explica Eder Gatti, presidente do Simesp. De acordo com Gatti, a medida vai contra o argumento da Prefeitura Municipal de São Paulo, que diz estar empenhada em aumentar a oferta de médicos, mas está autorizando e financiando demissões perpetradas pelas organizações sociais.

“A administração não é só conivente, mas também responsável pelas demissões. Foram anunciadas medidas como “quarteirização” de médicos (quando OSs têm aval para contratar médicos na condição de pessoa jurídica) com a justificativa de falta de profissionais. Para o Simesp isso contribui ainda mais para a precarização do trabalho e do atendimento à população, o que é inaceitável.

Situação crítica

Por conta do surto de H1N1 e da epidemia da dengue, a demanda tem aumento consideravelmente nas unidades de saúde. “O PS não pode perder tantos profissionais em uma situação que já é crítica. A assistência à saúde corre risco de entrar em colapso”, alerta o presidente do Simesp.

Para se ter ideia da precarização, o PS conta com cinco respiradores para manter pacientes em ventilação mecânica, mas a capacidade da rede de oxigênio da unidade comporta apenas dois desses respiradores. Logo, a vida pode ser colocada em risco se mais de dois pacientes necessitarem do aparelho ao mesmo tempo.

O hospital ainda enfrenta o agravante do déficit da rede de saúde municipal. Pela falta de vagas no sistema público, os leitos de retaguarda do PS, que seriam apenas para manter pacientes em observação, acabam sendo usados para hospitalizações que duram semanas e, às vezes, até meses.