O Ministro da Saúde, Arthur Chioro, nega que tenha havido cortes no orçamento do Hospital São Paulo. Mas admite que problemas de financiamento afetam as três esferas de governo (municípios, estados e o próprio governo federal). Para Chioro, a sociedade precisa discutir formas de financiar o Sistema Único de Saúde (SUS) e até mesmo se os brasileiros querem ou não um modelo universal.
O ministro se reuniu, em 3 de julho, com representantes de entidades médicas na sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Compuseram a mesa do encontro Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp; Eder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp); Florisval Meinão, presidente da Associação Paulista de Medicina e Rogério Toledo Júnior, membro da Academia de Medicina de São Paulo.
Eder Gatti classificou como “positiva” a participação do ministro. “Estabelece um bom diálogo entre as entidades e o ministério”, avalia. Em sua fala, salientou que o Sindicato tem atuado em diferentes crises nos mais diversos serviços de saúde (citou, entre outros, a terceirização da rede em Osasco, a greve dos médicos residentes do Hospital São Paulo e a crise financeira da Santa Casa de São Paulo).
“Embora essas crises tivessem problemas de gestão, da qualidade e do modelo da gestão, todas elas têm uma coisa em comum que é problema de financiamento da saúde”, diz Gatti. Ele ainda falou dos vínculos empregatícios precários de muitos médicos com os serviços de saúde nos quais trabalham e citou o caso recente de Lencóis Paulista (para saber mais, clique aqui). “Financiamento e carreira são duas questões críticas para o Sistema Único de Saúde”, resume o presidente do Simesp.