Com o objetivo de iniciar as ações da campanha por melhores condições de trabalho e salários de 2011 e pressionar a prefeitura para abrir negociações o mais rápido possível, o Sinmed-MG convoca você, médico da rede pública de BETIM, para participar da ASSEMBLEIA GERAL, DIA 24 DE FEVEREIRO (5ª FEIRA), ÀS 19 HORAS, na sede do sindicato.
Desde de dezembro de 2010, o Sinmed-MG enviou a pauta de reivindicações dos médicos do município, após decisão em assembléia unificada da categoria ( PBH, Contagem e Betim), no dia 16 do mesmo mês. Os pleitos referem-se à melhoria nas atuais condições de trabalho com garantia de equipes completas de serviços, com realização de concurso público para preenchimento de vagas; relação adequada do número de médico/paciente;recomposição salarial, pagamento de adicionado de dedicação integral firmado na Campanha salarial de 2009, bem como quitação de seu retroativo, entre outros.
Até o momento, a prefeitura não se posicionou sobre o ofício enviado e por isso, o sindicato mobiliza você para participar da ASSEMBLÉIA, definir as estratégias para o movimento de 2011 e lutar pelas melhorias nas condições de trabalho e salários.
O retrato da Saúde em Betim
Péssimas condições de trabalho e baixa remuneração da categoria médica que de Betim são queixas constantes. Essas são algumas das conclusões da pesquisa realizada pelo Departamento de Informações e Pesquisas do Sinmed-MG.
O questionário, desenvolvido e aplicado pelo sindicato, aborda questões relacionadas à especialidade dos médicos, tempo de formado, tempo de atuação em Betim, horas trabalhadas semanalmente na cidade, vínculo trabalhista, grau de satisfação com o trabalho, principais problemas enfrentados e comparação do emprego em Betim com outros locais. As respostas foram preenchidas por profissionais que atuam no Hospital Regional e em especialidades clínicas, cirúrgicas e extensivas.
A pesquisa relacionou 225 problemas apontados pela categoria sendo que as más condições de trabalho predominam, com 47,1% das respostas. Logo após vem a indignação com a baixa remuneração (22,7%).
Em relação às condições de trabalho, os maiores problemas apontados pela categoria são: inadequação das escalas e equipes de plantão incompletas (42% dos problemas de condições de trabalho), estrutura física inadequada (30%) e falta de materiais, exames complementares e equipamentos (28%).
Quanto à gestão municipal e de serviços, foram apontadas como principais fatores que dificultam o trabalho a falta de transparência do governo municipal, a ausência de interlocução e a insuficiência da rede de atenção no município. Um quinto dos médicos disse que não se sente seguro para trabalhar e 77% dos médicos disseram que as equipes em que atuam estão incompletas. Já 80% relataram que os plantões são feitos sem um ou dois profissionais, enquanto outros 18,2% dizem que a carência chega a até três colegas por plantão.
Além disso, a pesquisa constatou que aproximadamente dois terços dos médicos participantes têm pelo menos mais dois empregos. Na comparação solicitada pelo sindicato com os demais, em uma escala de 1 a 3, os resultados mostraram que 98,3% consideram o trabalho no município intermediário ou pior em relação aos outros.
Repercussão na mídia
A pesquisa desenvolvida pelo sindicato está repercutindo na midia de Betim. No dia 28 de janeiro, o jornal O Tempo Betim destacou, como matéria de primeira página, os resultados do documento. Além disso, mostrou também que não são apenas os efetivos que reclamam das más condições de trabalho e baixos salários:
"Em uma semana, por três vezes, a edição diária de O Tempo Betim publicou a insatisfação de servidores que recebem por Recibo de Pagamento Autônomo (RPA) e que estão sem receber desde novembro do ano passado.
Revoltado com a situação, um funcionário, que preferiu não se identificar por sentir medo de perseguições, encaminhou e-mail à redação na segunda-feira (24) pedindo "ajuda".
É um absurdo o que estão fazendo com os médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem da rede de urgência em regime de RPA. Até hoje (segunda) ainda não recebemos os salários referentes ao mês de novembro e dezembro do ano passado, e a resposta é sempre a mesma, de que não há previsão", escreveu o trabalhador".
O jornal destaca que a "prefeitura, mais uma vez, não se pronunciou sobre o assunto, nem deu previsão de acerto dos salários".