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Médicos residentes em estado de greve

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19/06/2015 | Notícia Simesp

Médicos residentes em estado de greve

Mais de mil médicos residentes do Complexo Hospitalar do Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), poderão entrar em greve na segunda-feira, 22 de junho. A decisão por paralisação dos atendimentos será tomada em assembleia, às 12h. Os órgãos competentes já foram notificados. Os profissionais reivindicam melhoria nas condições de atendimento à população que, de acordo com os residentes, foi comprometido com o corte de repasse de verbas feito pelos governos federal e estadual.

Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador, em contrapartida ao corte de repasses, o número de atendimentos aumentou significativamente no hospital, que é administrado pela Associação Paulista para Desenvolvimento Medicina (SPDM). “O Hospital São Paulo é um serviço quartenário de portas abertas. Pela falta de médicos e equipes incompletas os residentes ficam sobrecarregados e a fila para atendimentos fica enorme pela falta de profissionais. É necessário garantir melhorias para que a população receba um atendimento adequado”, avalia.

De acordo com o presidente da Associação dos Médicos Residentes da Escola Paulista de Medicina (Amerepam), Klaus Nunes Ficher, além do corte de verbas, o movimento de greve dos servidores técnico-administrativos em educação também teve impacto no trabalho.

Foram recebidas denúncias pelo Simesp dizendo que com a greve dos servidores, houve o bloqueio de leitos para admissões em enfermarias e unidades de terapia intensiva, o que prejudica o trabalho no pronto-socorro, que está diariamente superlotado. Além de prejudicar o aprendizado dos residentes nos diferentes estágios das especialidades e, principalmente, comprometer a assistência a pacientes graves.

Também por meio de denúncias, o Simesp teve conhecimento de que aparelhos de exames por imagem (radiografia, tomografia e ressonância magnética) estão quebrados ou inoperantes. O hospital ainda enfrenta falta de medicamentos essenciais, como antibióticos, corticoides, quimioterápicos e vermífugos. Houve também o fechamento da unidade de emergências cirúrgicas por falta de profissionais de enfermagem, o que sobrecarregou a unidade de emergências clínicas. “A situação do hospital é caótica e coloca em risco a população”, finaliza Salvador.

Promessa de recursos

Na última quinta, 18, o Conselho Gestor do hospital decidiu suspender as internações eletivas. Em nota a Unifesp declarou que o intuito é preservar os pacientes já internados. Após a notícia, o Ministério da Educação (MEC) e a Secretaria Estadual da Saúde prometeram liberar verba de R$ 7 milhões no total para o hospital. Com a promessa, o conselho irá reavaliar a decisão de retomar as internações eletivas.