Durante reunião na Associação Paulista de Medicina (APM) em 18 de abril, as lideranças médicas de São Paulo decidiram iniciar as negociações com as operadoras de planos de saúde, conforme recomendação das entidades nacionais.
A Comissão Estadual de Honorários Médicos, formada pela APM, Conselho Regional de Medicina (Cremesp), Sindicato dos Médicos (Simesp) e Academia de Medicina de São Paulo, enviará cartas e fará contato direto com as empresas, solicitando propostas concretas quanto a reajustes para 2011 e critério e periodicidade a serem estabelecidos em contrato.
Com o apoio das Regionais e Sociedades de Especialidade, também ficou decidido que a reivindicação será de R$ 80,00, no mínimo, por consulta em São Paulo e a valorização proporcional dos procedimentos.
Além disso, nos diferentes pontos do Estado, as entidades formarão comissões regionais para fazer a mesma negociação localmente. Em 9 de maio, haverá uma primeira reunião para avaliar o andamento das negociações serão avaliados por todos e também para decidir os próximos passos.
De acordo com o calendário nacional, serão realizadas assembleias com os médicos prestadores de cada operadora no mês de junho.
"Esta linha central está clara. Precisamos manter as reivindicações dos médicos e pacientes em pauta e dar continuidade à mobilização", afirma o presidente da APM, Jorge Carlos Machado Curi. "Não podemos ser observadores. Cada Regional, Delegacia do Cremesp, Sindicato e representação de especialidade deve se unir para discutir com as empresas", ressalta Renato Françoso Filho, diretor da APM e representante do Conselho Federal de Medicina.
Para Tomás P. Smith-Howard, diretor de Defesa Profissional da APM, o movimento de 7 de abril foi um sucesso e agora é hora de colocar as próximas estratégias em prática. "Temos um calendário definido, temos unidade e disposição para o enfrentamento caso os avanços não ocorram", avalia Florisval Meinão, 1º vice-presidente da APM e diretor da Associação Médica Brasileira.
Participaram da reunião, ainda, João Ladislau Rosa, do Cremesp; Stela Maris Grespan, do Simesp; Alvaro Norberto Valentim da Silva, do Sindimed Santos e Federação Nacional dos Médicos; Danilo Bernik, do Sinddhosp; e Hélio Toledo Júnior, do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp).
Em 28 de abril, será realizada uma reunião nacional sobre o movimento em Brasília.
CPI dos planos de saúde
O deputado estadual Fernando Capez, que propôs uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para investigar a prática de baixos honorários e os prejuízos aos pacientes, também participou da reunião.
No dia 19 de abril, entretanto, houve uma representação judicial para que a CPI não seja criada. ?No silêncio, as operadoras têm força. Na transparência, não?, afirmou o deputado.