Médicos do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), estudantes, funcionários da instituição e a população realizam, na manhã desta quarta-feira (1º), caminhada contra o projeto da reitoria de desmantelamento da universidade e desvinculação do HU da Faculdade de Medicina da USP.
A caminhada, que reúne cerca de 200 pessoas, começou às 10h30, na entrada da USP (Portão 1), de onde segue ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do estado.
A categoria está em greve desde a última segunda-feira, 30, reivindicando mais contratações. Há um déficit de 213 profissionais (50 deles médicos) no HU, o que prejudica o trabalho dos médicos bem como o pleno funcionamento da instituição no atendimento à população.
O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) enviou uma carta ao reitor da USP, Marco Antonio Zago, exigindo a contratação de médicos, enfermeiros e técnicos suficientes para resolver a falta de quatro. Até o momento, o Sindicato não obteve resposta.
Ainda no documento, o Simesp alerta que a falta de profissionais está causando uma deterioração da assistência e do ensino, além de superlotação das unidades de pronto-socorro adulto e infantil.
Histórico
A crise no HU se arrasta desde 2014, com o número de médicos do corpo clínico diminuindo progressivamente. O déficit de profissionais é originário do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) da USP. A exigência imediata é que sejam feitas as contratações.
“A falta de médicos está gerando uma condição de trabalho insustentável para aqueles que ficaram e tentam manter o atendimento à população. Chegamos ao ponto de termos médicos que pedem demissão espontaneamente por conta disso”, diz o secretário de Comunicação e Imprensa do Simesp, Gerson Salvador.
Salvador alerta que, se o hospital não contratar imediatamente novos profissionais, outros prontos-socorros poderão fechar, uma vez que todo o sistema de atenção à saúde está com falta de profissionais e não conseguem atender a demanda da população integralmente. “O corpo clínico do pronto–socorro do HU precisa ser reconstituído com urgência, pois todos os PSs já estão com sobrecarga no atendimento”, aponta Salvador.