Médicos do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) estão em greve desde as 7h desta segunda-feira, 30, em protesto por mais contratações de profissionais para a unidade. No entanto, por tratar-se de um serviço essencial, foi garantida equipe mínima para atender os casos emergenciais.
A paralisação foi decidida em assembleia realizada na última terça-feira (24). A greve será mantida até que as contratações sejam feitas. O hospital opera com um déficit de mais de 200 profissionais, o que faz com que 25% de seus leitos estejam inoperantes.
A assembleia da terça-feira passada foi precedida de um ato que reuniu cerca de 500 alunos e funcionários, que protestaram contra a crise que assola a instituição e o projeto da reitoria de desvincular o HU da USP, trazendo prejuízos não só à população atendida como ao ensino. Os problemas de má-gestão levaram a universidade a viver uma das piores crises financeiras de sua história.
A situação da universidade e do hospital vem se deteriorando desde 2014, e piorou no ano passado quando a reitoria iniciou o PIDV (Programa de Incentivo à Demissão Voluntária). Com o quadro de funcionários reduzido, muitos médicos decidiram sair por falta de condições de trabalho. Inclusive, neste ano, o pronto-socorro infantil chegou a ser fechado por falta de pediatras.
Na assembleia, o secretário de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador, disse que todos os caminhos – como denúncia ao Ministério Público (MP) – já haviam sido tentados. Então, não restava outra alternativa senão a greve.