Médicos discutem continuidade do movimento na saúde suplementar

Médicos discutem continuidade do movimento na saúde suplementar

As quatro entidades médicas estaduais – Associação Paulista de Medicina, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Academia de Medicina de São Paulo e Sindicato dos Médicos – discutiram a continuidade do movimento na saúde suplementar, durante a Assembleia de Delegados da APM, em 9 de abril.

“Precisamos fortalecer o movimento nas bases. Diversas Câmaras municipais já estão marcando audiências públicas para discutir as relações entre médicos e planos de saúde”, ressalta o presidente da APM, Jorge Carlos Machado Curi. “A mobilização foi intensa e ganhou as manchetes de todos os veículos de comunicação. Esta inserção forte e favorável na sociedade certamente terá desdobramentos positivos”, completa Florisval Meinão, vice-presidente da APM e diretor da Associação Médica Brasileira.

De acordo com Meinão, as Comissões Estaduais e Regionais devem agora procurar as operadoras e seguradoras para negociar a atualização dos valores de consultas e procedimentos e a inserção do índice de reajuste anual nos contratos. Outra bandeira do movimento é a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM).

As respostas concretas das empresas devem ocorrer até o fim de junho. No mês de julho, as Comissões Estaduais e Regionais deverão realizar assembleias com os médicos credenciados de cada empresa a fim de discutir as propostas e deliberar.

Segundo o deputado federal Eleuses Paiva, ex-presidente da APM e da AMB, está sendo discutida na Câmara Federal a composição da diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) por ex-diretores das empresas do setor. É possível que seja aberta uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos planos de saúde, a exemplo do que já havia ocorrido em 2003.

Para o presidente do Cremesp, Renato Azevedo Junior, o momento é propício para que a classe médica atinja resultados concretos. “É chegada a hora de darmos um basta à defasagem dos honorários, de forma definitiva, e também às interferências descabidas das empresas”, frisa.

Também participaram da Assembleia Otelo Chino Junior, representando o Simesp, e Rui Telles Pereira, da Academia de Medicina.