Reunião realizada na quarta (23/7)
Mais de 50 pessoas, entre médicos de família e comunidade, estudantes da USP, residentes e conselheiros de saúde participaram, na noite desta quarta-feira (23/07) de uma reunião auto-organizada para discutir as pressões que vêm sendo feitas por Organizações Sociais de Saúde (OSs) para que profissionais com contratos de 20 horas semanais mudem para contratos de 40 horas – sob pena de demissão.
A tentativa de substituição dos vínculos, sob o argumento de “otimização” das equipes, escancara o projeto de desmonte da Atenção Básica à Saúde promovido pelas OSs, com a conivência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e a gestão de Ricardo Nunes. Segundo relatos colhidos durante a reunião e nas redes sociais do Simesp. a medida não está restrita à zona Oeste (confira matéria anterior aqui), há relatos na zona Sul, onde as demissões começaram, e Leste da capital.
Na prática, a SPDM, que administra as UBSs da região, pretende substituir dois profissionais de 20h por um de 40h, sem ampliar o número de equipes, desconsiderando a sobrecarga e o perfil desses profissionais, que têm muitos anos de vínculo com a comunidade e atuam como preceptores de residência médica da USP.
Mesmo alertada sobre os impactos negativos dessa mudança no atendimento à população, a própria SMS afirmou, em resposta a ofício encaminhado pelo Simesp, que as OSs têm autonomia para definir carga horária e eventuais adequações contratuais. “A substituição dos profissionais, além de enfraquecer a estratégia de saúde da família, vai na contramão da continuidade do cuidado e da territorialização – princípios fundamentais da Atenção Básica”, afirma Guilherme Barbosa, diretor do Simesp, que esteve presente na reunião.
Durante o encontro, foi reforçado o compromisso coletivo de resistência: os médicos afirmaram que não aceitarão o aumento da carga horária, enquanto conselhos gestores já começaram a organizar um abaixo-assinado unificado para toda a região do Butantã. Estima-se que, apenas na zona Oeste, 53 médicos estejam ameaçados de demissão – todos com contratos de 20 horas, distribuídos em oito unidades básicas de saúde. A Secretaria indicou que apenas as equipes que contam com residentes devem ser mantidas, o que exclui boa parte dos profissionais atualmente em atividade.
Como encaminhamento, foi marcada uma assembleia online na próxima quarta-feira, 30 de julho, às 19h, para discutir estratégias de resistência e ampliar a mobilização contra as demissões. O Simesp reforça a importância da participação de todos os profissionais envolvidos e reafirma seu compromisso com a defesa do trabalho digno e da saúde pública de qualidade.
📢 Assembleia dos Médicos de Família e Comunidade
📅 Data: quarta-feira, 30 de julho
⏰ Horário: 19h
📍 Formato: Online
📝 Pauta: Estratégias de resistência às demissões e mobilização coletiva
🔗Inscreva-se aqui para participar
Participe e fortaleça a luta em defesa do SUS e do trabalho digno na Atenção Básica!