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Médicos aposentados e da ativa protestam contra tentativa de confisco do prefeito João Doria

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16/03/2018 | Notícia Simesp

Médicos aposentados e da ativa protestam contra tentativa de confisco do prefeito João Doria

Médicos da cidade de São Paulo, aposentados e da ativa, protestaram contra uma proposta do prefeito João Doria que, na prática, resultará em um confisco salarial. Impedidos de entrar, eles se manifestaram, na tarde de quinta-feira, 15, em frente à Câmara Municipal e ao lado de outros servidores.

“Eu estou participando dessa manifestação porque é inadmissível que nós, servidores municipais, aceitemos o desconto de 19% de um salário que já é muito baixo”, explicou o dermatologista Cristiano Kakihara. “Isso é inaceitável”, ressalta. “Além do provável desconto que vai haver de 4% a 5% do HSPM [Hospital do Servidor Público Municipal; serviço que tem como finalidade prestar atendimento aos servidores e seus dependentes], fora o imposto de renda. De forma que os funcionários irão ganhar, em média, 49% a 50% do salário bruto”, denuncia o médico.

“Eu estou muita indignada com a injustiça que se faz com os médicos da rede pública. Porque os médicos já não têm um reajuste adequado há muito tempo”, disse a aposentada Lis Aparecida. Afinal, ela lembra que sucessivos governos municipais têm oferecido o “reajuste” salarial de 0,01%.

“Com esse aumento do desconto, nós vamos ter um confisco salarial”, acrescenta a médica que se aposentou em novembro do ano passado e que ao longo da sua trajetória trabalhou em 15 serviços de saúde do município. O último foi a Unidade Básica de Saúde (UBS) Sigmund Freud, na zona sul de São Paulo.

A infectologista Patrícia Rocha, do serviço de DST/Aids do Butantã, na zona oeste da capital paulista, disse que o estopim para ter comparecido ao ato foi a violência contra os professores no dia anterior (o Simesp já se manifestou em nota sobre o tema). “A motivação mais imediata foi a solidariedade aos professores”, contou.

“E não dá pra gente admitir depois de tantas perdas mais uma perda que vai acabar diminuindo o nosso salário. O pessoal está chamando de confisco e é mesmo”, explicou. “Além de não ter reajuste salarial há muitos anos, você ainda vai ter uma diminuição do seu salário. É uma afronta”, concluiu.

Fechamento das unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA)

“Outra questão importante. Nós, médicos, não concordamos com o fechamento das AMAs. Uma vez que a UBS tem como foco a atenção primária e não tem como a UBS absorver a demanda das AMAs”, acredita o médico Cristiano Kirkihara, que trabalha no Ambulatório de Especialidades Dr. Alexandre Kalil Yasbek, que fica na zona sul da cidade.

Para saber a opinião dos médicos sobre o assunto, o Simesp criou um questionário que pode ser preenchido em menos de 2 minutos e estará disponível até às 23h59 do dia 21 de março, próxima quarta-feira. A contribuição dos médicos que atuam nos serviços é fundamental para o mapeamento da situação enfrentada pelos profissionais. As informações da pesquisa são sigilosas e quem responder ao questionário não será identificado.