Na manhã de hoje (26), mais de 50 médicas e médicos de Organizações de Saúde (OSS) e hospitais filantrópicos, provenientes em sua maioria de UBS das quatro macrorregiões da capital paulista, se reuniram em um ato em frente à Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Estiveram presentes os diretores e o presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Augusto Ribeiro; dirigentes do Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de São Paulo (SinSaudeSP) e do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) e representantes da Associação de Medicina de Família e Comunidade (AMPFC). Médicas e médicos de cerca de 65 unidades de saúde do município aderiram à paralisação nesta segunda-feira devido à falta de pagamento do reajuste salarial retroativo, referente ao período de setembro de 2022 a março de 2023
Foram feitas falas de reivindicação do pagamento do retroativo, corresponsabilizando a Prefeitura de São Paulo e a SMS e exigindo a fiscalização do contrato das OSS. Foi formalizado um pedido de audiência com o secretário municipal de saúde, mas não houve qualquer recepção dos dirigentes do Simesp no ato – apesar da SMS ter sido oficiada previamente pelo Sindicato (assim como o Cremesp e o Ministério Público do Trabalho). Os presentes entoaram palavras de ordem e lembraram a importância do trabalho de médicas e médicos na pandemia, que enfrentou uma jornada de trabalho extenuante, insalubridade e de incerteza sanitária.
Diante da recusa de diálogo na SMS, os profissionais caminharam em protesto até a Prefeitura. Lá, foram prontamente recebidos pelo secretário executivo da casa civil municipal, Edenilson Almeida, que desconhecia a situação da falta de pagamento do retroativo à categoria. Ele se dispôs a intermediar uma reunião com a SMS, mas não houve qualquer outra deliberação.
Para suprir a ausência dos profissionais durante a paralisação, as OSS contrataram, com a aprovação da Prefeitura, médicas e médicos sob vínculos de trabalho precários (PJ) com pagamento à vista. A diretoria do Simesp compreende este movimento como uma prática antissindical, com intuito de desmobilizar a categoria e diminuir o impacto da paralisação, além de contrariar os princípios da Atenção Primária à Saúde (APS). Pois, os profissionais assim contratados não conhecem a área de abrangência da unidade e muito menos sua população assistida. Além disso, recebemos denúncias de assédio no local de trabalho por parte de direção e gerência das OSS, que foram prontamente respondidas pelo nosso plantão jurídico (11) 3292-9147).
A direção do Simesp também reforça a importância política da paralisação, visto que as vias institucionais de negociação para assegurar o direito da categoria com a entidade representativa das OSS, o Sindicato das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Sindhosfil-SP) foram insuficientes para a reconquista do retroativo. Os profissionais avaliarão o impacto da mobilização e os próximos passos, como uma nova paralisação, em assembleia, às 20h desta segunda-feira (26). Inscreva-se: https://forms.gle/UbLH5U3GDsC3x88i9
O Sindicato agradece a presença das demais entidades sindicais no ato, por compreender que só há ganhos com a participação das outras categorias, e estende sua solidariedade às categorias de trabalhadores da saúde que não receberam o reajuste salarial, mas também desempenharam um papel importante na assistência e combate à Covid-19.