O vão livre do Masp foi tomado por uma multidão de pessoas na manhã deste 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, que protestavam contra a venda de 25% dos leitos e outros serviços hospitalares do SUS para planos e seguros de saúde privados. A medida é garantida pela lei complementar nº.1.131/2010 e abrange hospitais estaduais que atualmente têm contrato de gestão com Organizações Sociais.
Para o diretor do Simesp, Antonio Carlos Cruz, que participou do ato, a manifestação foi fantástica. “O SUS está ficando cada vez mais refém do sistema privado. Está sendo invadido politicamente, sendo gerido por entidades privadas. Não podemos continuar nesse ritmo de abandono da administração pública direta para organizações sociais, o que acaba resultando em prejuízos à população mais carente”.
Da avenida Paulista, seguiram em passeata pela Consolação, com parada em frente à Secretaria Municipal de Saúde. Depois, foram até o Ministério Público Estadual, na rua Riachuelo, onde o promotor de Justiça de Direitos Humanos/Saúde Pública, Arthur Pinto Filho, recebeu dos manifestantes um abaixo-assinado.
O promotor Arthur Pinto Filho vem acompanhando o caso da privatização do SUS. Em fevereiro diversas entidades, entre elas o Simesp, deram entrada no MPE com representação para questionamento judicial da lei. Na ocasião, o promotor afirmou que “esse é o maior ataque sofrido pelo SUS desde 1988 quando foi criado”.
Secretaria Estadual de Saúde
Na Secretaria Estadual de Saúde, outra concentração chamava a atenção das pessoas que passavam pela avenida dr. Enéas de Carvalho de Aguiar. Os manifestantes aguardavam para um encontro com o secretário de Saúde, Giovani Guido Cerri, o que não aconteceu. Uma comissão foi recebida pelo coordenador de saúde da coordenadoria de Recursos Humanos da SES, Haino Burmester. De acordo com Mário Scheffer, do Grupo Pela Vidda de São Paulo, o grupo foi informado que “a lei, sob o ponto de vista da Secretaria, serve para ressarcir o SUS. Porém, isso já existe no Brasil. Não ficou claro como o governo vai aplicá-la”, explica.