Um projeto-piloto envolvendo 50 hospitais públicos e particulares do Estado de São Paulo pretende reduzir em 30% os índices de infecção hospitalar da corrente sanguínea nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Dados da Secretaria de Estado da Saúde apontam que esse tipo de infecção cresceu 22,46% em seis anos. Na maioria das vezes, essas infecções são associadas ao uso de um cateter venoso central – tubo plástico inserido em uma veia grossa do paciente para aplicação de medicamentos e monitoramento da pressão arterial.
Segundo a secretaria, as infecções saltaram de 4,14 para 5,07 casos por 1 mil internações entre 2004 e 2010 – enquanto tipos mais comuns, como infecções do trato urinário (associadas ao uso de sondas) ou das vias respiratórias (em pacientes que estão entubados) regrediram.
`De maneira geral, as infecções da corrente sanguínea são mais graves porque causam mais morbidade, aumentam o tempo de internação e podem evoluir para óbito`, diz Denise Brandão, diretora técnica da Divisão de Infecção Hospitalar do Centro de Vigilância Epidemiológica. Segundo ela, como não houve redução dos casos no período – e sim uma tendência à estabilização -, a secretaria percebeu que seria necessário atuar de forma mais incisiva.
O programa foi implantado em março pela Secretaria da Saúde. O objetivo é diminuir os índices de infecção e cumprir a meta estabelecida em 2010 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O governo quer que todos os hospitais com mais de dez leitos de UTI reduzam em 30% os casos de infecção da corrente sanguínea num prazo de três anos.