Em um movimento de desafio aberto ao governo neofascista de Netanyahu, famílias de reféns israelenses mantidos em Gaza convocaram uma greve geral para o próximo domingo (17 de agosto) 1 2. A paralisação, apoiada por partidos da oposição e pelo Conselho 7 de Outubro (que representa parentes de vítimas do ataque de 2023), surge como resposta à decisão do Gabinete de Segurança de Israel de expandir a ofensiva militar para ocupar a Cidade de Gaza 3 4. Organizadores alertam que a operação representa risco mortal para reféns ainda sob custódia do Hamas 5.
A convocatória, anunciada em coletiva de imprensa em Tel Aviv, revela a profunda divisão na sociedade israelense. “Estamos fechando o país para salvar soldados e reféns”, declararam representantes das famílias 6. Anat Angrest, mãe do refém Matan, dirigiu-se a líderes empresariais com apelo dramático: “Seu silêncio está matando nossos filhos” 2.
Enquanto o líder da oposição Yair Lapid classificou o movimento como “justificado” 7, Netanyahu defendeu a ofensiva como “a melhor maneira de acabar com a guerra”, ignorando os apelos 8. O movimento não conta com o apoio da Histadrut, maior sindicato israelense, que protagonizou greves em 2024 após a morte de seis reféns 9. A greve do ano passado desencadeou uma ação contra o Histadrut, que foi proibido pela justiça de Israel de convocar greves contra a guerra 7.
A greve ocorre sob crescente isolamento global. O ex-primeiro-ministro Ehud Olmert declarou que “a guerra em Gaza não faz sentido” 10, ecoando críticas de governos e organizações internacionais que denunciam a escalada militar como violação de leis humanitárias 11 12. A ofensiva planejada para “tomar o controle total de Gaza” tem gerado condenações unânimes8.
Unidade pela paz
Esta não é a primeira greve contra a guerra, mas precisa ser a última a se limitar a protestos pontuais. A repetição de paralisações revela a ineficácia de ações isoladas frente a um governo comprometido com a expansão militar. Para romper o ciclo de violência, é urgente construir uma unidade transnacional de trabalhadores árabes e judeus, capaz de exigir:
- Fim imediato da guerra e dos bombardeios a Gaza, Líbano, Irã e demais nações visadas
- Desocupação total dos territórios palestinos
- Demissão do governo Kahanista de Netanyahu
- Devolução de todos os reféns: israelenses sob custódia do Hamas e palestinos em prisões israelenses
- Revogação da Lei do Estado-Nação e fim do apartheid
Como afirmou Reut Recht-Edri, mãe de vítima do Hamas: “Está nas nossas mãos parar a guerra” 1. Mas as mãos que reconstroem Gaza sob escombros e as que seguram cartazes em Tel Aviv devem unir-se. Só a solidariedade de classe, não o sionismo, trará paz.
- Famílias de reféns convocam greve geral contra avanço de Israel sobre Gaza . O Globo. 10 ago. 2025. ↩︎ ↩︎
- SHALEV, Tal e KARNI, Dana.Famílias de reféns convocam greve em Israel contra expansão da guerra . CNN Brasil. 10 ago. 2025. ↩︎ ↩︎
- FERREIRA, Rita.Familiares de reféns convocam greve geral em Israel contra a ocupação de Gaza . Expresso. 10 ago. 2025. ↩︎
- Famílias de reféns convocam greve geral em Israel para o próximo domingo. Renascença. 10 ago. 2025. ↩︎
- SHALEV, Tal e KARNI, Dana. Hostage families call for nationwide strike in Israel . CNN. 10 ago. 2025. ↩︎
- NOGUEIRA, Carlos.Famílias de reféns convocam greve geral em Israel para o próximo domingo . Diário de Notícias. 10 ago. 2025. ↩︎
- Greve geral contra o plano de guerra do governo israelense . Diálogo e Ação Petista. 11 ago. 2025. ↩︎ ↩︎
- KRAUSS, JosephIsrael plans to widen coming offensive beyond Gaza City into last areas not under its control . PBS. 11 ago. 2025. ↩︎ ↩︎
- Israelenses fazem greve geral para exigir libertação de reféns . Agência Brasil. 2 set. 2024. ↩︎
- Ex-primeiro-ministro Olmert: “A guerra em Gaza não faz sentido. Os israelenses devem pará-la com uma greve geral”. Instituto Humanitas Unisinos. 11 ago. 2025. ↩︎
- Israel faces growing global condemnation over its plan to take over Gaza City . PBS. 9 ago. 2025. ↩︎
- Famílias de reféns convocam greve geral em Israel para o próximo domingo . RTP. 10 ago. 2025. ↩︎