Desde junho, quando a Prefeitura de São Paulo transferiu o atendimento de obstetrícia das servidoras municipais do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM) para o Hospital Saint Patrick, têm sido noticiadas reclamações de gestantes, que apontam falta de assistência e episódios de violência obstétrica. A mais recente, em reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 9 de setembro, revelou que o coordenador da equipe contratada para assumir a área, Marcelo Koji Ota, responde na Justiça a pelo menos três processos relacionados à sua atuação em outras instituições. Ainda assim, a gestão municipal firmou contrato com o hospital por meio de pregão eletrônico, modalidade que prioriza apenas o menor preço na contratação.
Além das denúncias formais, o histórico da instituição também levanta sérias preocupações. Um levantamento feito pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep) no portal “Reclame Aqui” mostra que o Hospital e Pronto-Socorro Saint Patrick – Portinari aparece classificado como “empresa de reputação não recomendada”. Nos últimos 12 meses, foram registradas 144 reclamações contra a unidade, mas apenas 33% tiveram resposta, deixando mais de dois terços dos pacientes e familiares sem retorno. Entre as queixas mais frequentes estão falta de assistência adequada, problemas de higiene e falhas em procedimentos médicos.
Para o Simesp, trata-se de mais um exemplo de contrato firmado sem a exigência de critérios mínimos de qualidade. “É uma vergonha as servidoras serem submetidas a este tipo de insegurança em um momento tão importante. É o tipo de situação que só comprova o descaso do prefeito Ricardo Nunes com as servidoras do município”, afirma Juliana Salles, secretária geral da diretoria plena do Simesp.