O presidente da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Cid Carvalhaes, esteve em João Pessoa na última quinta-feira a convite do presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Paraíba (SIMED/PB), Tarcísio Campos, para acompanhar a situação da saúde pública no Estado.
Ao lado de representantes de sindicatos de Pernambuco e Minas Gerais, a comitiva esteve durante a manhã no Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena e constatou várias irregularidades.
De acordo com Cid Carvalhaes, que representa 52 sindicatos médicos do país, as condições encontradas no Trauma são precárias e mostra a situação atual da saúde no Brasil. Ele revelou que a Federação oficializou pedido de audiência com todos os governos estaduais e suas respectivas secretarias, mas até agora somente 14 cederam ao debate. “A Paraíba se insere entre os que não nos deu atenção e isso demonstra que o governo estadual prefere fugir das discussões. Falta responsabilidade social aos nossos governantes”, lamentou.
A afirmação foi reforçada por Tarcísio Campos, que considerou gravíssimas as condições encontradas na unidade. Ele explicou que as falhas atingem todos os setores, mas especialmente a emergência, que funciona em espaço físico precário, sem atendimento de profissionais especializados e ainda opera com falta de material hospitalar. “Basta visitar hospitais para perceber que os médicos trabalham sem condições de trabalho e ainda são mal remunerados”, afirmou.
O presidente do CRM, João Medeiros, disse que o conselho tem acompanhado com preocupação a situação da saúde pública e fiscalizado rotineiramente as unidades. Ele garantiu apoio ético aos médicos, referindo-se à greve já decretada na rede municipal e à mobilização dos médicos da rede estadual. “O profissional merece uma remuneração digna e as mínimas condições de trabalho. Esperamos sensibilidade dos gestores para resolver com brevidade este impasse sem causar mais prejuízo à população”, disse.
Uma assembleia geral dos médicos do município de João Pessoa deve tratar sobre a greve da rede municipal e ainda retomar a assembleia dos médicos do Estado realizada no dia 06 de abril. O indicativo de greve na rede estadual também será deliberado, já que não houve resposta do governador ao oficio enviado pelo SIMED/PB no dia 06. O sindicato aguarda também uma proposta da secretaria de saúde de João Pessoa desde a reunião com Roseana Meira na última terça-feira (12).