A Federação Nacional dos Médicos quer que o ministro da Educação, Fernando Haddad, impeça a abertura de uma nova faculdade de medicina em São Paulo. Desta vez, é a UNIFRAN, Universidade de Franca, que solicita a instalação de um curso de graduação médica em suas dependências.
O presidente da FENAM, Cid Carvalhaes, enviou ofício ao ministro através do qual relata os motivos que a entidade tem para tentar impedir que mais um curso de medicina se estalebeça no país. No documento, o presidente da Federação Nacional dos Médicos afirma que a política de distribuição de médicos não se resolve com aumento indiscriminado na formação de profissionais e lembra que a própria Secretaria de Ensino Superior (SESU) do Ministério da Educação concluiu pela não abertura do curso.
A diretoria da FENAM argumenta também que critérios de regionalização e de atendimento das necessidades sociais não foram observados pela UNIFRAN em sua reivindicação para a abertura do curso de medicina.
Leia abaixo o ofício na íntegra:
Ofício 064 / 2011
Brasília, 14 de março de 2011
Excelentíssimo Senhor
Doutor Fernando Haddad
Digníssimo Ministro de Estado da Educação
Senhor Ministro,
A Federação Nacional dos Médicos – FENAM – tem pautado suas ações no que diz respeito ao ensino de graduação médica, enfatizando necessidades para sua atuação, destacando como relevante a abertura de novas faculdades de medicina no país.
Entendemos que a política de distribuição de médicos não se resolve com aumento indiscriminado na formação de profissionais. Assim, esse pretenso aumento não é sinônimo da plena satisfação das demandas da população.
Critérios de regionalização e do atendimento das necessidades sociais são relevantes e não foram observados na pretensão da UNIFRAN – Universidade de Franca – no Estado de São Paulo, para abertura de um curso de graduação médica em suas dependências.
A pletora de escolas médicas na região da cidade de Franca, por si só, impede novas faculdades naquela área, sepultando de vez as proposições da UNIFRAN.
A compreensão da SESU – Secretaria de Ensino Superior da sua pasta, acolheu, em parecer pretérito, a realidade da insatisfação de necessidades sociais, concluindo pela não abertura do curso ora enfocado.
Em sentido contrário foi o parecer formulado pelo Conselho Nacional de Educação, autorizando a abertura pretendida.
A FENAM externa a vossa Excelência a sua posição solidária com o parecer da SESU negando a abertura daquele curso e solicita-lhe acolher tal parecer impedindo a abertura da faculdade de medicina da UNIFRAN.
Cordiais saudações,
Dr. Cid Célio Jayme Carvalhaes
Presidente