
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou, na última quarta-feira (03/12), o PL 2294/2024 que visa instituir o Exame Nacional de Proficiência em Medicina (Profimed) e tornar a prova obrigatória para que médicos recém-formados obtenham registro profissional. O texto prevê que o exame seja coordenado e aplicado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), ponto que gerou intensa controvérsia entre entidades médicas, educacionais e parlamentares. O Simesp reitera posição contrária à proposta, aprovada na CAS por 11 votos a 9, e que agora segue para votação suplementar antes de ser enviada à Câmara dos Deputados.
Na avaliação de Augusto Ribeiro, defender a boa formação não deveria implicar em barreiras punitivas que recaiam sobre estudantes, enquanto o Estado se omite na fiscalização dos cursos. “A proposta do Profimed desresponsabiliza o MEC, fortalece a lógica mercantil da educação, concentra poder no CFM e pode produzir uma geração de médicos formados que não conseguirão trabalhar. O Simesp seguirá atuando para que a regulação da formação médica seja pública, pedagógica e vinculada às necessidades do SUS e não à lógica de punição e exclusão”, aponta.
Para o Simesp, o debate sobre a qualidade do ensino da medicina não pode ser reduzido à ideia de um “exame de barreira”, especialmente quando se fala sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). “Boa parte das escolas médicas opera com investimentos públicos — incluindo hospitais universitários. Reprovar massivamente recém-formados significa desperdiçar recursos e punir indivíduos por falhas regulatórias do próprio Estado”, explica Ribeiro.
A entidade reforça que:
Críticas ao modelo
Essa posição já havia sido enfatizada no Simesp Debate de outubro, que reuniu estudantes, docentes e representantes da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem), todos apontando que a avaliação deve ser contínua, pedagógica e institucional, não punitiva e concentrada em uma única prova de habilitação.
O que o Simesp defende:
O Simesp continuará acompanhando a tramitação do projeto na Câmara dos Deputados e mobilizando a categoria para impedir retrocessos que afetem tanto os profissionais quanto a qualidade da saúde oferecida à população brasileira.
Leia mais: Simesp Debate discute projeto de lei que propõe exame da ordem para os médicos
Assista ao Simesp Debate sobre o assunto em nosso canal no YouTube