O Iº Congresso Nacional de Políticas Médicas encerrou nesta sexta-feira (16/09), as series de debates, abordando um assunto atualmente bastante polêmico – "Quantos Médicos o Brasil precisa?". Essa é uma questão amplamente discutida pelas entidades médicas nacionais e ainda é grande a necessidade de mais estudos e pesquisas para concluir essa indagação.
Na opinião do vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, que compôs esta mesa de discussão, é preciso levar em consideração a integralidade de qualificados serviços assistencial e dos financiamentos necessários para obtê-los, sem descartar a importância da construção do perfil profissional dos médicos relacionando a questões regionais do País. Ainda de acordo com ele, é complicado afirmar que o Brasil precisa de mais médicos, quando não se há uma base metodológica e cientifica que comprove essa necessidade.
Para o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, a concentração de médicos em determinadas regiões pode ser um dos motivos que possibilita o pensamento de escassez de profissionais. "Continuamos defendendo a carreira médica e melhores condições de trabalho tendo em vista que estes fatores se melhor avaliados corresponderiam a solução de boa parte da centralização médica", explicou.
A discussão, portanto, deve ser mais estendida, pois existem diversas questões atreladas que precisam ser estudadas para definir a real demanda de serviços e profissionais no País. A formação do médico é, sobretudo de muita responsabilidade, e antes de pensar na quantidade é importante focar na qualificação. Em relação a abertura de novas escolas médicas, os representantes das entidades médicas, explicaram que é fundamental que haja qualidade e que os requisitos propostos pelo Ministério da Educação (MEC) seja rigorosamente seguidos, com a presença, é claro de hospitais escolas qualificados.
Segundo o presidente do CFM, Roberto D’Ávila, o assunto está diariamente no foco de discussões das entidades médicas. "O debate desta tarde foi rico em levantar a questão da má distribuição dos médicos no Brasil, temos muito que avançar para identificar essa real demanda. O que é certo é que o profissional precisa ser valorizado", finalizou.