O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB), o Sindicato dos Médicos da Paraíba e a Associação Médica da Paraíba publicaram uma nota de repúdio na última sexta-feira (3) contra as declarações do Secretário Estadual de Saúde, Waldson de Sousa, que acusou de forma inverídica o CRM-PB de ter impedido acordo para acabar com a paralisação dos médicos prestadores de serviço do Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena.
Imediatamente após a nota do secretário de Saúde ser publicada em sites de notícias do Estado, o presidente do CRM-PB, João Medeiros, rebateu a falsa declaração. "O CRM não tem poder de decidir nada. Nós somos um órgão fiscalizador, damos apoio ético e logístico, mas não temos o poder de decisão", explicou João Medeiros.
Na nota de repúdio, as entidades afirmam que "a acusação formulada, além de falsa, tendo em vista que o CRM-PB, em nenhum momento, impediu qualquer acordo referente à paralisação dos médicos do Hospital de Trauma, é totalmente inoportuna, posto que o órgão vinha incessantemente buscando estabelecer canais de diálogo e harmonia entre a classe médica e os gestores de saúde, sempre com o objetivo da melhoria na qualidade dos serviços de saúde prestados à comunidade paraibana".
Segue a íntegra da nota de repúdio a seguir:
NOTA DE REPÚDIO
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba, o Sindicato dos Médicos da Paraíba e a Associação Médica da Paraíba vêm a público REPUDIAR as declarações inverídicas e descabidas formuladas ontem pelo Sr. Secretário de Saúde do Estado da Paraíba Waldson de Sousa, de que o "Conselho Regional de Medicina do Estado da Paraíba teria impedido acordo para acabar com a paralisação dos médicos prestadores de serviço do Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena"
A acusação formulada, além de falsa, tendo em vista que o CRM/PB em nenhum momento impediu qualquer acordo referente à paralisação dos médicos do Hospital de Trauma, é totalmente inoportuna, posto que o órgão vinha incessantemente buscando estabelecer canais de diálogo e harmonia entre a classe médica e os gestores de saúde, sempre com o objetivo da melhoria na qualidade dos serviços de saúde prestados à comunidade paraibana.
As entidades médicas subscritoras da presente alertam que as acusações caluniosas prestadas pelo sr. secretário de Saúde do Estado da Paraíba têm como o único objetivo intimidar a livre atuação do CRM-PB, postura esta que, inclusive, já foi formalmente denunciada à Polícia Federal, para a adoção das providências cabíveis.
Por fim, esclarecem ao povo do Estado da Paraíba que, mesmo diante desta postura abusiva e intransigente do sr. secretário de Saúde do Estado, continuarão a denunciar as péssimas condições de trabalho e de remuneração, bem como os sérios riscos a que estão expostos cotidianamente os médicos que prestam serviço na rede pública estadual da Paraíba.
João Pessoa, 02 de junho de 2011
João Gonçalves de Medeiros Filho
Presidente do Conselho Regional de Medicina da Paraíba
Tarcísio Campos Saraiva de Andrade
Presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba
Fábio Antônio da Rocha de Souza
Presidente da Associação Médica da Paraíba
PB: sindicato espera resposta do Governo para encerrar estado de greve
O Sindicato dos Médicos da Paraíba apresentou nesta segunda-feira, (06) mais uma proposta ao governo do Estado, na tentativa de um acordo para o fim das mobilizações dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde no Estado. Em "estado de greve" desde abril, os médicos reivindicam que o governo pague a mesma remuneração paga nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. Acostumados a receber R$ 1.000 para uma jornada de 12h, os médicos concursados foram surpreendidos no mês de março com uma redução de 36% em seus vencimentos.
A proposta apresentada nesta segunda-feira sugere a volta do que era pago de forma escalonada até agosto. A partir de então, seria concedida a mesma remuneração dos meses de janeiro e fevereiro.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos da Paraíba (Sinmed/PB), Tarcísio Campos, as tentativas de negociação estão complicadas, uma vez que o governador do Estado, Ricardo Coutinho, está dificultando as negociações. Caso o governo aceite a proposta apresentada, os médicos decidirão em assembleia se mantêm o estado de mobilização ou se deflagram a greve.
Dificuldades
Os médicos da Paraíba enfrentam problemas diários nas suas rotinas de trabalho. Além das condições dos hospitais, sempre lotados e com poucos profissionais para atender a demanda, há falta de equipamentos e de insumos que prejudicam o exercício da medicina. As dificuldades no ambiente de trabalho associadas com uma redução salarial, geraram uma insatisfação nos profissionais.
"O Governo alega que não pode aumentar os salários dos médicos, mas nós não estamos solicitando aumento, queremos que eles voltem a pagar o que já pagavam em janeiro e fevereiro. A categoria médica não pode ser penalizada pela situação de dificuldade financeira do estado", relatou o presidente do SindMed/PB.
Tarcísio Campos disse ainda que há uma grande expectativa para a resposta do governo. "Estamos abertos para o diálogo, esperamos chegar em uma acordo para evitar a greve que trará muitos prejuízos à população. A nossa sugestão é acessível ao governo e iremos aguardar", concluiu.