Entre os dias 4 e 7 de agosto, Brasília sediará a 16ª Conferência Nacional de Saúde. Organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pelo Ministério da Saúde (MS), o encontro tem como objetivo estabelecer política públicas de saúde para a população que, teoricamente, devem ser postas em prática pelo governo.
A revogação da Emenda Constitucional (EC) 95/2016, que estabelece um teto para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, é uma das principais reivindicações a serem apresentada na conferência. “Acreditamos que, caso não haja a revogação urgente da EC, o nível da assistência à saúde no Brasil pode piorar muito”, conta Erivalder Guimarães, diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e membro da Frente em Defesa do SUS, agrupamento que reúne entidades dos diversos setores e tem como objetivo impedir o desmantelamento do Sistema Único de Saúde (SUS).
O médico explica ainda que, desde a aprovação da EC do testo dos gastos, indicadores como índice de vacinação e distribuição de medicamentos têm caído rapidamente, como o corte do MS na fabricação de 19 medicamentos disponibilizados no SUS para pacientes em tratamento de câncer, diabetes e transplantados. Enquanto números de epidemias como sarampo e dengue têm subido rapidamente. “O objetivo final da EC dos gastos tem sido alcançado com sucesso por meio do ‘desfinanciamento’ da saúde pública e da desconstrução do Sistema Único de Saúde (SUS)”, finaliza o médico.
As propostas que serão encaminhadas à Conferência Nacional foram pautadas entre os dias 28 a 30 de junho, na Conferência Estadual de Saúde. Dentre elas, estão todas as reivindicações da Frente em Defesa do SUS, que podem ser encontradas na Carta de Princípios disponível aqui.