A Secretária da Discriminação e Gênero da FENAM e vice-presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (SIMERS), Maria Rita de Assis Brasil, destacou as mudanças na relação médico-paciente instauradas a partir do novo Código de Ética Médica, em vigor desde o ano passado.
Maria Rita foi uma das palestrantes do 14º Congresso Gaúcho de Educação Médica, realizado entre quinta e sábado passados, na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e que atraiu estudantes de diversos municípios sedes de faculdades de Medicina, como Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Porto Alegre.
Ao falar sobre as implicações do novo regramento para a formação dos profissionais, a dirigente identificou que a alteração em alguns artigos tornou as decisões mais compartilhadas. "Isso facilita o entendimento do problema pelo paciente e, por consequência, a sua recuperação", avaliou a vice-presidente do Sindicato.
Ela citou ainda os principais aspectos que marcam a mudança, como o direito do enfermo a escolher que tratamento seguir, de recusar procedimentos, e, ainda, de consultar uma segunda opinião de outro profissional médico antes de começar uma terapêutica. O código também regulamentou os chamados cuidados paliativos a enfermos terminais, reconhecendo a conduta médica que abre mão de adotar procedimentos que possam ser desnecessários na percepção do próprio doente ou de seus familiares.
Conforme a sindicalista, com as inovações tecnológicas e a internet, as pessoas têm mais possibilidades de obter informações que antes não estavam ao alcance apenas dos profissionais. "Isso explica o que é mais comum hoje: muitos pacientes, que consultam o "Dr. Google"antes de chegar ao consultório, querem sugerir diagnósticos e até tratamentos", ilustrou. Para Maria Rita, essa realidade torna cada vez mais imprescindível que os futuros médicos sejam muito qualificados para atender um novo paciente.