Nos últimos meses, os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Taboão, em Guarulhos, enfrentam dificuldades no exercício de sua profissão devido à ausência de inúmeros insumos e medicações e ao atraso no pagamento dos salários. Os profissionais anunciaram já às nove horas da manhã de hoje (23/9) que a falta de medicamentos é tão grave que não há mais condições de atender adequadamente a população. Faltam, por exemplo, a medicação para evitar o infarto agudo do miocárdio e o equipo de soro. Esta situação é inadmissível sobretudo durante a pandemia, quando os investimentos públicos em saúde deveriam ser maiores.
São frequentes os avisos desesperados aos colegas de outros turnos sobre o que está em falta na Unidade. Então, alguns medicamentos são repostos pontualmente e em baixas quantidades, que logo tornam a faltar. Já foram relatados a falta de insumos como tubo, cateter, eletrodo para monitoração e fita de glicemia dos pacientes. No momento, a UPA Taboão se encontra sem estoque de:
Em 15 de setembro de 2021, após reunião com os profissionais da Unidade, o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) oficiou a Prefeitura de Guarulhos, a Secretaria Municipal de Saúde e a Organização Social de Saúde (OSS) gestora, Instituto de Saúde Nossa Senhora da Vitória (INSV). A carta aponta o desrespeito da legislação trabalhista pelo atraso dos salários dos profissionais e exige os efetivação dos pagamentos com multas e juros. Os médicos ficaram mais de 30 dias sem receber os salários de julho e até o envio do ofício não foram efetuados os pagamentos de agosto. Segundo relatos, cerca de metade da equipe recebeu somente 50% do salário. Nenhum dos destinatários retornou à comunicação do Sindicato.
É comum na administração por OSS a vinculação dos médicos pelo regime de Pessoa Jurídica (PJ). Este vínculo propicia justamente atrasos nos pagamentos e uma série de outras irregularidades na relação da gestão com os funcionários, o que os coloca em vulnerabilidade. O Simesp se posiciona contra a precarização do trabalho médico. Portanto, contrário ao regime PJ para profissionais de saúde.
Diante do severo comprometimento da assistência e em solidariedade aos médicos, o Simesp visita novamente a UPA Taboão e tenta contato com a INSV, Prefeitura e Secretaria de Saúde. Exigimos a regularização da situação da Unidade e o pagamento imediato dos profissionais para adequar a assistência médica da população.