O Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) vai apoiar a luta de médicos e demais funcionários do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) contra o projeto da reitoria de desmantelamento da instituição. O compromisso foi firmado na última sexta-feira (3) pelo presidente do órgão, Mauro Aranha, que esteve reunido na sede do conselho com o secretário de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Gerson Salvador, o secretário de Relações Sindicais e Associativas da entidade, Otelo Chino Júnior, e a delegada do Sindicato Ana Lúcia Sassaki.
“O presidente do Cremesp nos franqueou pleno apoio da entidade para ajudar-nos a encontrar uma solução para a crise, e ficou inclusive de fazer uma visita ao hospital para obter mais informações sobre suas condições”, disse Salvador.
Em greve desde o último dia 30 de maio, os médicos reivindicam contratações de profissionais (há um déficit de 213) e lutam contra o projeto da reitoria que prevê, entre outros pontos, a desvinculação do HU da Faculdade de Medicina da USP, o que traria enormes prejuízos ao ensino e a toda a população do entorno que utiliza a unidade.
Reunião
Na quarta-feira passada (1º), o Simesp, o Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e o Conselho Gestor de Saúde do Butantã, bairro da zona oeste onde ficam localizados o hospital e a universidade, realizaram uma caminhada que saiu da entrada principal da USP e terminou em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo do Estado de São Paulo.
Lá, os cerca de 200 manifestantes foram recebidos pelo assessor executivo da Casa Civil do governo, Jesse James Latance, que prometera marcar uma reunião com representantes do movimento até a sexta-feira passada. Porém, até o momento, o encontro, do qual participaria o governador Geraldo Alckmin e o secretário de Estado da Saúde, David Uip, ainda não aconteceu.
A reportagem do Simesp entrou em contato com a assessoria de imprensa do governo para saber se já havia uma data prevista para o encontro, mas não obteve retorno até o fechamento deste texto.
A crise no HU se arrasta desde 2014, com o número de médicos do corpo clínico diminuindo progressivamente. O déficit de profissionais é originário do Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV) da USP. A exigência imediata é que sejam feitas as contratações.