Às 10 horas deste domingo, dia 18 de setembro, ortopedistas vão se reunir nas praças de 11 capitais brasileiras para uma campanha simultânea pela redução dos acidentes de trânsito.
O coordenador da campanha da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), Paulo Lobo, de Brasília, considera que apesar do Brasil estar engajado na Década pelo Trânsito Seguro, estabelecida pela ONU, o País precisa fazer muito mais. “Os acidentes de trânsito crescem tão rapidamente no Brasil, que é possível que até o final da década se transformem na maior causa de morte, ultrapassando doenças cardiovasculares e tumores cancerosos”, conta.
Para o ortopedista, os médicos que vivem o dia a dia dos hospitais e que convivem o imenso sofrimento das vítimas do trânsito, por vezes amputadas ou tornadas inválidas, resolveram unanimemente dedicar o Dia do Ortopedista, que se comemora esta semana, para uma campanha de redução do número de acidentes. “O trânsito se baseia num tripé”, explica Paulo Lobo, na Engenharia de Tráfego e na Fiscalização, atribuições do Estado, e na Educação, que é onde a sociedade civil pode ajudar.
Os ortopedistas resolveram pela campanha, levando em conta os excelentes resultados de outras mobilizações que fizeram no passado, pelo uso do capacete pelos motociclistas, contra a mistura de álcool com direção e pelas cadeirinhas para as crianças. “O resultado dessas campanhas se mede em economia de vidas”, diz o presidente da Sbot, Osvandré Lech. Ele lembra que no Brasil o trânsito mata 40 mil pessoas por ano, 110 por dia e 90% dos acidentes são decorrência de falha humana.
Folder explicativo – Além de faixas informativas alusivas à campanha, a Sbot vai distribuir, em todas as capitais, folders especialmente confeccionados, com dados sobre a gravidade do problema.
O trabalho revela que com 1,3 milhão de mortes anuais no mundo, o trânsito já se tornou a principal causa de morte na faixa etária dos 15 aos 29 anos e provoca ferimentos em 50 milhões de pessoas anualmente.
Outro dado é que 50% das vítimas são as mais vulneráveis, isto é, pedestres, motociclistas e ciclistas e que comprovadamente a redução de 5 quilômetros por hora na velocidade média reduz em 30% os acidentes fatais.
Quanto ao resultado do uso de equipamentos de segurança, o capacete reduziu em 40% a morte de motociclistas, o cinco de segurança, usado inclusive no banco de trás foi responsável por 65% de mortes a menos, enquanto a cadeirinha, que se tornou recentemente obrigatória, no Brasil, reduz comprovadamente em 70% o número de mortes de crianças e em 80% as fatalidades com bebês.