Na última quinta-feira (17), representantes das entidades médicas e de saúde do Estado foram convocadas pela Defensoria Pública de Pernambuco para participar do I Fórum de Saúde Suplementar para debater o conflito entre empresas de planos de saúde e os profissionais credenciados.
A crise foi motivada pela baixa remuneração que os planos de saúde repassam para os profissionais conveniados. Segundo o presidente da Comissão Estadual de Honorários Médicos (CEHM), Mário Lins, que também foi representando o Sindicato dos Médicos (Simepe) e o Conselho Regional de Medicina (Cremepe), os valores pagos por consulta pela operadora está muito abaixo do real custo que o profissional tem para manter o serviço. "Os planos devem seguir e se basear nos honorários determinados pela tabela de preços da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM)", acrescentou Mario Lins.
Representantes de várias especialidades também estiveram presentes no fórum, e chegaram a comentar sobre a possibilidade de descredenciamento. Os pediatras e os neonatologistas são exemplos desse cenário. A baixa remuneração que estão recebendo dos planos de saúde, a escassez de médicos especialistas nessa área para atendimento aos recém-nascidos em sala de parto e além da dificuldade das equipes obstétricas de contarem com o serviço fundamental desses profissionais são alguns dos motivos de tanta insatisfação.
O Simepe já está com ação civil Coletiva (trabalhista) protocolada na Justiça do Trabalho, 13ª Vara, contra as operadoras de planos de saúde: Amil/ Medial e Saúde Excelsior e já está agendada uma audiência de conciliação para o dia 28/03/11 (segunda-feira). "Solicitamos a recomposição das perdas, calculando os valores retroativos a dez anos", argumentou Mário Lins.
A defensora pública Cristina Sakaki explicou que irá monitorar as negociações, pois é preciso assegurar a continuação da assistência à saúde aos usuários. "Nosso desejo é de que as negociações entre os médicos e os planos de saúde não prejudique a população", afirmou. A defensora ainda foi convidada a acompanhar a reunião da CEHM, a ser realizada na próxima quinta-feira (24), no Simepe.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge Nordeste), Flávio Wanderley, destacou a importância em manter o canal de diálogo com os médicos. "Não falamos em valores, pois as negociações são diretamente com as empresas. Mas, como entidade que representa operadoras de planos de saúde, apontamos diretrizes para as negociações", esclareceu.
A próxima assembleia da CEHM será no dia 31 de março (quinta-feira), às 19h, no auditório da Associação Médica de Pernambuco (AMPE).