Entidades médicas de todo o país participam neste dia 2 de abril, de uma mobilização em defesa da qualidade da assistência na Saúde e de condições para o exercício da Medicina, no Auditório Petrônio Portela, no Senado. Pelo Cremesp estão presentes Renato Azevedo, presidente, os diretores Rui Telles e Sílvia Mateus, e os conselheiros Carlos Gobbo, Desiré Callegari, José Henrique Vila, Krikor Boyaciyan, Pedro Teixeira, Renato Françoso e Silvana Morandini. A audiência foi solicitada pelo deputado Eleuses Paiva e pelo senador Paulo Davim.
A Concentração dos Médicos é promovida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Entre as questões a serem discutidas está a criação de uma Carreira de Estado para os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) e a possibilidade de o governo oferecer subsídios para operadoras de planos de saúde.
Nesta manhã, foi debatida a regularização do exercício de médicos com diplomas obtidos no exterior. O governo pretende “flexibilizar” a revalidação automática, o que tem gerado críticas das entidades médicas. Para o médico e senador Paulo Davim, cada país tem suas particularidades e o que pode representar epidemia no Brasil pode não ser em outros países. Ele defendeu um sistema de revalidação que permita aferir a qualidade e o saber dos profissionais formados no exterior.
No estudo Demografia Médica Brasileira, o Cremesp apontou que não há falta de médicos no país, mas sim concentração de profissionais nas regiões Sul e Sudeste. “A Organização Mundial da Saúde preconiza um médico para cada mil habitantes e, no Brasil, há 1,9 por mil habitantes. Temos 20% dos médicos do continente americano, 4,5% dos médicos do mundo. O que falta no Brasil é uma política de descentralização do profissional, que interiorize o médico”, frisou o senador.
O presidente em exercício do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital, concorda que o problema está na má distribuição dos médicos e reafirma a necessidade do processo de revalidação de diplomas. “A classe médica não tem nada contra a atuação de médicos formados no exterior, mas não podemos aceitar que a revalidação seja automática”, ressaltou.